02/05/2023

NOS ÚLTIMOS 15 ANOS MAIS DE 1 MILHÃO DE PACIENTES COM CÂNCER NÃO CONSEGUIRAM RADIOTERAPIA PELO SUS

Mais de 1 milhão de pacientes com câncer não conseguiram fazer radioterapia pelo SUS nos últimos 15 anos

A Sociedade Brasileira de Radioterapia estima que mais de um milhão de pacientes com câncer não conseguiram fazer radioterapia pelo SUS nos últimos 15 anos.

Os médicos são bem claros em dizer que paciente com câncer não pode esperar. O tratamento tem que ser rápido, mas não é que acontece. Em todo o país, faltam equipamentos, exames e médicos para atender a população. Especialistas estimam que mais de 110 mil pessoas morreram por falta de acesso ao tratamento.

“A falta da radioterapia no momento adequado de tratar vai elevar o sofrimento do paciente, em primeiro lugar, mas vai elevar também o custo para o país porque esse paciente a doença vai progredir, ele vai perder a chance de cura, ele vai para os tratamentos paliativos, que são custosos. O acesso a radioterapia deveria ser prioritário em vista da importância da radioterapia na cura dos pacientes, na manutenção da chance de cura, né”, explica Marcus Simões Castilho, presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia.

Sérgio Luiz da Silva é gari na cidade de Brejo Santo, região sul do estado do Ceará. Ele descobriu o câncer de próstata em agosto de 2020, mas onde mora não existe tratamento de radioterapia pelo SUS. Com a doença se agravando, teve que procurar ajuda na capital, a mais de 500 quilômetros de distância.

“Para poder vir para cá nós temos que para rodoviária de Brejo Santo, aí eles ajeitam passagem e nós vem a noite. A gente sai de lá e chega aqui no outro dia bem cedo. Passa a noite todinha andando”, conta Sérgio.

Em Brasília, Geralda de Souza descobriu um câncer de mama num exame de rotina. O diagnóstico foi em outubro do ano passado. Ela passou por exames e consultas até conseguir a cirurgia pelo SUS no início do ano, mas não contava com uma fila imensa para iniciar o tratamento oncológico.

Ela diz que foi informada pelo governo do Distrito Federal que, na frente dela, havia mais de 500 pacientes. “Cada dia que passa, mais com medo a gente vai ficando, eu vou ficando”, desabafa.


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