13/07/2022

TV GLOBO É ALVO DE INVESTIGAÇÃO DO MPT-RJ POR RACISMO EM NOVELA

Ministério Público do Trabalho abre investigação de racismo na novela “Nos Tempos do Imperador” da TV Globo

A TV Globo é alvo de investigação do Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT-RJ). O caso em questão é uma suposta prática de racismo por funcionários contra atrizes negras na novela “Nos Tempos do Imperador”, da Globo. As informações são da coluna de Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo.

De acordo com a revista Veja, três atrizes denunciaram o diretor Vinicius Coimbra: Roberta Rodrigues, Cynnara Leal e Dani Ornellas. A investigação deve abranger boa parte do comando de núcleo de dramaturgia da emissora, que já teve oito funcionários intimados entre diretores e integrantes da produção.

Além dos supostos casos de racismo, a diferença de remuneração entre artistas brancos e negros também é uma questão que será averiguada pelo Ministério Público do Trabalho. Nesta situação, uma atriz negra veterana chegou a reclamar que os salários pagos a ela eram inferiores aos que eram pagos para atrizes brancas em início de carreira.

A Globo, por meio de comunicado, se pronunciou e contou que a empresa conta com “um código de ética que proíbe a discriminação”,

“A fim de manter seu ambiente corporativo livre de discriminação, a empresa conta com um sistema de compliance atuante, com treinamentos de conscientização frequentes de seus colaboradores e um código de ética que proíbe a discriminação e pune severamente as violações apuradas”, diz a nota.

Vale lembrar que, em março deste ano, o diretor artístico da novela Vinicius Coimbra foi demitido após as acusações de racismo, mas, segundo a defesa dele, a demissão foi por assédio moral e não por discriminação racial.

Um dos advogados de defesa das atrizes, Djeff Amadeus, revelou à coluna que busca parar com os casos de racismo com toda essa movimentação.

“Quando as aranhas se juntam, elas são capazes de criar teias para parar até um leão. E é justamente isso o que a gente pretende com toda essa movimentação”, afirmou Amadeus.

O advogado Gustavo Proença, por sua vez, destaca a importância da luta antirracista e do apoio de pessoas brancas junto à investigação. “Não basta não ser racista, é preciso ser antirracista. Ser antirracista, nesse caso, é se mostrar aliado na prática. Quando as pessoas forem intimadas nesse procedimento, contamos com elas e outros para que demonstrem toda a sua indignação com tudo”, disse.

A defesa das atrizes também é feita por Carolina Bassin e Lorena Martins, além de Djeff Amadeus e Gustavo Proença.

Oito pessoas, entre diretores e outros integrantes da produção da trama, já foram intimadas para colher seus depoimentos.

A investigação, que deve abranger o comando do núcleo de dramaturgia da Globo, já começou. Roberta Rodrigues, atriz e uma das autoras da denúncia, foi ouvida nesta terça-feira (12).

Também serão investigadas pelo MPT queixas de que atores brancos receberiam mais pelos mesmos trabalhos desempenhados por seus pares negros. Uma atriz negra, que tem décadas de carreira, afirma ter sido remunerada com valores inferiores aos recebidos por atrizes brancas que eram iniciantes e tiveram poucas participações na novela.

A Globo afirmou em nota, que desconhece a investigação e que não tolera preconceito racial.

agendadopoder

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