23/02/2022

DEPUTADOS BOLSONARISTAS APOIAM MOBILIZAÇÃO DA POLÍCIA MINEIRA

Sete deputados bolsonaristas, linha política de Zema, insuflaram motim da PM mineira

Sete deputados alinhados ao bolsonarismo participam diretamente das decisões dos agentes de segurança pública de Minas Gerais que paralisaram suas atividades, num ato de rebelião ilegal.

Os parlamentares, que ocupam cadeiras na Assembleia Legislativa de Minas (ALMG) e na Câmara dos Deputados, em Brasília, estiveram na reunião realizada nesta terça-feira no Clube dos Oficiais da PM, na qual policiais civis e militares, bombeiros, agentes socioeducativos e policiais penais decidiram os novos rumos do motim.

Ficou acordada, por exemplo, a suspensão das visitas íntimas em penitenciárias mineiras. A medida pode desencadear uma série de atos da população carcerária do estado, que é a segunda maior do país. Os profissionais de segurança pressionam o governador Romeu Zema (Novo) e cobram a recomposição salarial das perdas causadas pela inflação.

— Ficou decidido que o movimento de paralisação vai agir constitucionalmente, sem parar por completo, já que policiais não podem fazer greve. Mas, orientamos todos a fazer a “operação tartaruga”, reduzir o ritmo das ocorrências. Os policiais penais decidiram hoje pelo cancelamento das visitas íntimas e também de familiares. Isso pode gerar o caos. Será que vai haver uma rebelião? O governador precisa dialogar com a categoria — diz o sargento Marco Antônio Bahia, vice-presidente da Aspra (Associação dos Praças Militares e Bombeiros de Minas Gerais).

Na reunião, estiveram presentes os deputados estaduais Sargento Rodrigues (PTB), Coronel Sandro (PSL), Delegada Sheila (PSL) e Heli Grilo (PSL). Os deputados federais Subtenente Gonzaga (PDT), Junio Amaral (PSL) e Léo Motta (PSL) também participaram dos debates sobre a redução de trabalho.

Todos eles estiveram na manifestação realizada nesta segunda em Belo Horizonte e se mostraram favoráveis ao motim.

No site da Aspra também é possível ver mostras de alinhamento ao presidente: em uma publicação de maio do ano passado, a Associação se diz “apoiadora do presidente Bolsonaro e favorável ao voto impresso e auditável”.

Questionado sobre uma possível influência política nas decisões do movimento encabeçado pela Aspra, Bahia nega qualquer relação do alinhamento ideológico com as falas voltadas contra Zema durante os atos.

agendadopoder

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