24/05/2021

O GOVERNADOR DO RJ VAI TER QUE SE EXPLICAR PARA RENAN CORRUPTO

Relator da CPI, Renan quer convocar governador do RJ após ato político de Bolsonaro

O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), defendeu nesta segunda-feira que a comissão de inquérito convoque o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), a prestar esclarecimentos sobre o que chamou de "molecagem". Renan faz referência ao ato político realizado, no domingo, pelo presidente Jair Bolsonaro na capital do Estado. Na ocasião, Bolsonaro fez um passeio de moto pela cidade e provocou aglomerações. Sem máscara, o presidente também subiu em um carro de som para discursar junto a apoiadores.

A manifestação aconteceu mesmo com a vigência de um decreto da Prefeitura do Rio do Janeiro, que proíbe a realização de eventos em áreas públicas. Além de Bolsonaro, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello também participou do evento. Por conta disso, Renan Calheiros reagiu. "A prioridade é barrar a pandemia, mas Bolsonaro rema para trás. A procissão no Rio em louvor ao vírus é declaração de guerra ao SUS. O governador terá que explicar a molecagem com dinheiro público. Pazuello pisoteia disciplina e hierarquia e ri a céu aberto. A CPI terá muito assunto", publicou em seu perfil no Twitter.

Apesar disso, a convocação de governadores não é unanimidade. Parlamentares do PT temem, por exemplo, que esse tipo de convocação abra precedente para que os governadores do Nordeste entrem na mira das investigações. O PT controla hoje quatro Estados, todos eles na região. O assunto deve ser discutido hoje, durante reunião do chamado "G7", grupo de sete senadores independentes e de oposição que compõem a CPI.

Na quarta-feira, os senadores da CPI devem analisar novos requerimentos de convocação de testemunhas. O principal deles, segundo o próprio presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), será o de reconvocação de Pazuello. A participação do ex-ministro em ato público em favor do presidente Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro, chamou atenção de integrantes da comissão e reforçou o desejo de reconvocar o general.

Valor Econômico

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