30/12/2020

ELEIÇÃO DA CÂMARA: BALEIA ROSSI AINDA NÃO TEM O VOTO DO PT - ADIOU DECISÃO

PT adia decisão sobre apoio a Baleia Rossi à presidência da Câmara

Baleia Rossi
Sem consenso para formalizar o apoio a Baleia Rossi (MDB-SP) na disputa à presidência da Câmara, o PT decidiu adiar qualquer definição partidária sobre o assunto. Nesta terça-feira, em reunião da bancada, parlamentares discordaram sobre a estratégia para a eleição que ocorrerá em fevereiro.

Parte dos petistas defende uma candidatura de esquerda que possa unir a oposição, enquanto outra quer uma aliança com o emedebista. A intenção do segundo grupo é evitar riscos e escolher um nome mais seguro para derrotar o candidato de Jair Bolsonaro, Arthur Lira (PP-AL).

Segundo o líder do PT, Enio Verri (PR), os petistas terão novas reuniões com o grupo de partidos de oposição e o próprio Baleia Rossi antes de o martelo ser batido. Na segunda-feira, Rossi participou de uma reunião virtual com líderes e presidentes de PT, PCdoB, PDT e PSB.

Após o encontro, as legendas de esquerda divulgaram uma carta em que trataram dos compromissos assumidos pelo deputado do MDB. Eles pediram ao candidato que sejam preservados os instrumentos de fiscalização e ação da oposição contra o governo. A nova reunião com Rossi vai acontecer na próxima segunda-feira, dia 4.

Os petistas concordam em participar do bloco de partidos formado por Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Baleia, mas ainda não se comprometeram a apoiar o emedebista à presidência.

Petistas ainda resistem a colaborar com o partido do ex-presidente Michel Temer, que apoiou o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016.

- Nós temos sempre construído as decisões da bancada com consenso. Isso tem dado muito certo. Há uma ano não poderíamos sonhar em formar bloco com DEM e MDB. Estamos construindo. A bancada não está dividia em relação ao bloco. Mas a divergência na bancada é sobre a presidência. Tem um setor que defende a candidatura própria da oposição, para mantê-la unificada - disse Verri.

O líder disse, ainda, que um acordo para retirada da candidatura petista pode ocorrer, caso seja lançada.

- Lá na frente poderia ter um acordo, se o Baleia estiver bem, para retirar a candidatura. Ou para seguir com ele em segundo turno. E há outro setor que apoia o Baleia de pronto para derrotar o projeto de Bolsonaro. Para essa parte, esse apoio de imediato seria melhor - resume Enio Verri.

Hoje, o grupo de Maia e Baleia Rossi tem onze partidos, com 281 deputados. O de Arthur Lira (PP-AL) tem nove partidos, com 181 parlamentares. Na oposição, um dos alvos do assédio de Arthur Lira é o PSB.

O líder da sigla, Alessandro Molon (RJ), aposta num alinhamento com o grupo de Maia. Mas o deputado Felipe Carreras (PE) garante que a maior parte dos integrantes deseja apoiar Lira. Se essa maioria for formalizada em janeiro, o PSB poderia trocar de lado.

O PSL também está rachado, pois deputados bolsonaristas aderiram à candidatura apoiada pelo Planalto. E mesmo na legenda de Maia há desentendimentos, com parte da bancada querendo vincular o apoio a Baleia Rossi a uma retirada de candidatura do MDB no Senado em prol de Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

O Globo

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