STTU: um a cada 5 motociclistas em Natal circula sem habilitação
Por trás do barulho constante das motocicletas que cruzam as ruas de Natal, uma realidade preocupante tem chamado a atenção das autoridades de trânsito e da saúde pública. Dados recentes da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU) revelam que 20% dos condutores de motocicletas abordados nas blitzes deste mês de maio circulavam sem habilitação ou com documentação irregular, o que não só representa risco nas vias, como também gera um impacto direto e crescente sobre os serviços hospitalares da capital e do Rio Grande do Norte.
De acordo com Newton Filho, secretário adjunto de trânsito de Natal, nas fiscalizações realizadas em abril, 30% dos condutores abordados, ou seja, 297 motociclistas, apresentavam algum tipo de irregularidade, seja na documentação pessoal ou do veículo. Em maio, esse percentual caiu para 20%, com 198 registros, indicando que muitos motoristas correram para se regularizar após o aumento da fiscalização. Em cada mês, aproximadamente mil condutores passaram pelas fiscalizações. “É natural que, quando você aumenta a fiscalização, as pessoas busquem se regularizar. Isso mostra que a ação tem efeito positivo”, afirma o secretário.
O trabalho é uma força-tarefa que reúne a STTU, Detran/RN, CPRE e Polícia Rodoviária Federal (PRF), sob a recomendação do Ministério Público Estadual. O objetivo é reduzir os acidentes e aumentar a regularização dos condutores. “Dividimos as ações em duas frentes: uma de educação, com palestras, cursos de direção defensiva e visitas a empresas cujos trabalhadores visivelmente utilizam mais motociclistas para se deslocar, e outra de fiscalização, com blitzes constantes”, detalha Newton.
Os primeiros efeitos, segundo ele, estão na redução do percentual daqueles que apareciam com documentação irregular. O problema, contudo, vai além da questão documental. Segundo ele, há dificuldades em identificar, por exemplo, quantos desses motociclistas trabalham por meio de aplicativos, já que não existe um controle efetivo e muitos omitem essa informação no momento dos acidentes, por receio de punições nas plataformas. “A gente acredita que há subnotificação. Na hora do acidente, muitos não dizem que estavam trabalhando, com medo de prejudicar sua nota no aplicativo ou até perder a conta. Isso impede um retrato fiel da realidade”, acrescenta.
Enquanto muitos ainda insistem em pilotar sem a devida autorização legal, outros reconhecem a importância da formação e da habilitação. É o caso de Kleber Campos, estudante universitário de 19 anos, que iniciou as aulas em uma autoescola de Natal.
“Nunca tinha pegado nenhum tipo de veículo. Comecei aqui do zero. Acho que é muito importante ter habilitação para, além de você andar certinho dentro da lei, ter o conhecimento técnico que a autoescola oferece para dirigir com segurança”, afirma Kleber, que pretende usar a moto para ir à faculdade e, futuramente, para trabalhar.
Ter mais autonomia também é o objetivo de Erick Dantas, também de 19 anos. A escolha de se habilitar veio da paixão por pilotar, herdada da família. “Quando eu era mais novo, participei de motocross, porque minha família sempre foi muito ligada nisso. Vim tirar a habilitação porque gosto de pilotar e dirigir, e também para ter autonomia”, disse.
Ele reconhece que é preciso estar habilitado para sair às ruas com mais segurança. “Por enquanto, não penso em trabalhar como entregador, mas quero estar na rua dentro da lei e, principalmente, com segurança”, comenta.
Clique no link abaixo e veja a matéria completa:
Nenhum comentário:
Postar um comentário