31/05/2019

RN: AMEAÇA DE FACÇÃO DEIXA POLÍCIA EM ALERTA

Segurança da Penitenciária de Alcaçuz é reforçada após alerta da PF

Helicóptero sobrevoou presídio durante a tarde
A rotina na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, a maior unidade prisional do Rio Grande do Norte, mudou no fim da tarde dessa sexta-feira (31) após a suspensão das visitas em unidades prisionais do estado.

A segurança foi reforçada com sobrevoo de helicóptero da Polícia Militar e a chegada de pelo menos quatro viaturas do Batalhão de Choque e da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam), além de mais três motos também da Rocam.
"Saímos um pouco mais cedo que o normal. Fomos liberados quando as viaturas entraram. Não sei o que está acontecendo, mas se reforçaram a segurança melhor a gente sair", disse um operário que trabalha na construção de um novo pavilhão em Alcaçuz com 36 celas e preferiu não se identificar.

Relatos de outros operários que também trabalham na obra do novo pavilhão, é que houve um barulho na Penitenciária Rogério Coutinho Madruga - unidade independente considerada segurança máxima e conhecida como 'pavilhão 5' de Alcaçuz.

"Estão dizendo que foi uma bomba de efeito moral. Ouvi quando estava saindo, mas não posso confirmar. Só sei que ouvi", assegurou o operário, que ainda relatou que colegas trabalhadores da obra foram afastados devido suspeita de tuberculose. "O lugar do Brasil onde mais tem casos de tuberculose é dentro dos presídios", disse outro trabalhador. Ninguém que conversou com a reportagem quer ser identificado. "Questão de segurança e para preservar o emprego. Mas, mesmo eles (policiais e agentes penitenciários) dizendo que a situação está sob controle ficamos com medo".

As onze guaritas do complexo penitenciário de Alcaçuz, em Nísia Floresta, estão sendo monitoradas de forma mista: uma parte pela Polícia Militar e outra por agentes penitenciários.

Prevenção

Nenhum motim foi registrado até o momento, mas a Polícia Federal alertou a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) sobre um possível "salve" dentro e fora dos presídios articulado por facção criminosa. Segundo o documento da PF, o foco da facção seria "atingir a ordem pública do Estado".

O secretário de Segurança do Estado, Coronel Francisco Araújo, confirmou que a Sesed está apurando a situação e atuando para evitar ações dentro e fora dos presídios. De acordo com o documento encaminhado pela Polícia Federal, o foco da facção seria "atingir a ordem pública do Estado".
Pelo que foi apurado pela Polícia Federal e encaminhado à Sesed em relatório, a facção criminosa estava articulando para realizar as ações conjuntas dentro e fora dos presídios entre os dias 4 e 5 de junho. Segundo o relatório, a ordem seria "quebrar tudo" e já havia articulações também para ações dos bandidos em Pau dos Ferros, Mossoró, Umarizal, Apodi e Macaíba, além de Natal. Por isso, as intervenções foram intensificadas dentro dos presídios para a revista nas celas.

Ainda de acordo com a Polícia Federal, os bandidos teriam informado que conseguiram uma forma para abrir celas no presídio de Alcaçuz utilizando parte do próprio concreto, o que será averiguado durante as revistas, assim como a suposta determinação para que pessoas fossem feitas reféns dentro e fora das unidades prisionais.

TN

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