Governo já admite derrota no TCU e mobiliza aliados contra impeachment
Ao avaliar que deve ser condenado no julgamento das contas do governo
de 2014 pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em breve, o governo
federal iniciou uma estratégia para tentar sensibilizar aliados a não
apoiar eventual processo de impeachment da presidente Dilma
Rousseff no Congresso, decorrente da condenação. Numa proposta acertada
com o Palácio do Planalto na segunda-feira, a operação do governo na
Câmara e no Senado quer angariar apoios a uma eventual decisão
desfavorável à petista.
A primeira iniciativa dos aliados ocorreu na terça-feira, com a
aprovação de um requerimento para a formação de uma audiência pública na
Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado com a presença do
ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, e do advogado-geral da União, o
ministro Luís Inácio Adams, para explicar um dos principais pontos
questionados pelo TCU nas contas de Dilma, as chamadas “pedaladas
fiscais” – prática do Tesouro Nacional de atrasar de forma proposital o
repasse de dinheiro para bancos públicos e também privados.
A intenção com a audiência, que deve ser realizada na terça ou na
quinta-feira da próxima semana, é que os dois ministros reforcem a
defesa do governo e rebatam questionamentos acerca das supostas
irregularidades nas contas de Dilma. A movimentação tem por objetivo
garantir apoios da desestruturada base aliada em um eventual julgamento
do processo de impeachment e, ao mesmo tempo, dar argumentos
técnicos para os aliados defenderem o governo. Também como parte da
operação em defesa do governo, Barbosa e Adams vão conversar com as
bancadas dos partidos da base aliada nos próximos dias.
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