25/08/2025

MORTES DE POLICIAIS CRESCEM QUASE 30% EM 2024 SOB GOVERNO LULA

Sob governo de Lula, mortes de policiais crescem quase 30% em 2024

O Brasil registrou um grande aumento no número de policiais mortos no segundo ano do governo Lula. De acordo com a 19ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicada em julho, as mortes violentas desses profissionais subiram de 127, em 2023, para 170 em 2024 — um salto de 33,8%.

Esses casos de mortes violentas, somados aos casos de suicídio, que passaram de 118 para 126 (alta de 6,8%), o total de óbitos de policiais chegou a quase 300, crescimento de 28,8% em apenas um ano.

A média brasileira é de 0,3 policial civil ou militar morto para cada mil da ativa, mas seis Estados ultrapassaram esse índice: 

Rio de Janeiro e Tocantins (1,1);
Pará (0,8);
Ceará (0,5);
Piauí, Alagoas e Pernambuco (0,4).

O anuário destaca aumentos expressivos em: 

Minas Gerais (200%);
Alagoas e Piauí (100%);
Ceará (33,3%);
Bahia (22,2%); e
São Paulo (10,3%).

No caso dos suicídios, a tendência de crescimento é constante desde 2018. Os índices mais altos estão no Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, Piauí, Ceará e Distrito Federal, sendo este último o estado com maior salto percentual em 2024: 400%.

Policiais sob pressão

Para o tenente-coronel Olavo Mendonça, da PM do Distrito Federal, há uma política de enfraquecimento institucional das corporações. O militar, ouvido pelo portal Gazeta do Povo, afirma que os profissionais se sentem desamparados e acuados, o que contribui para o agravamento da violência contra a categoria.

“Está em curso um movimento de criminalização e cerceamento da atividade policial, com inúmeros entraves legais, incluindo câmeras corporais e audiências de custódia que favorecem a ação das facções”, declarou.

O sociólogo Eduardo Matos de Alencar, presidente do Instituto Arrecife, faz análise semelhante. Ele alerta que a imposição das câmeras corporais tem efeitos colaterais.

“O policial, sabendo que cada movimento vai ser analisado depois, tende a hesitar em situações de risco extremo”, disse a Gazeta do Povo. “Só que, na rua, dois segundos de indecisão podem ser a diferença entre neutralizar uma ameaça e levar um tiro.”

Estresse permanente

Para Alencar, as condições de trabalho também pesam: “O estresse organizacional crônico — turnos longos, pressão por produtividade e falta de controle sobre decisões — já compromete antes a prontidão física e mental”.

No caso dos suicídios, o especialista diz que os mesmos fatores estão presentes, mas com o agressor “interno”. “Policiais vivem uma rotina de zona de guerra, mas sem tempo de afastamento do conflito, o que compromete a saúde mental e leva ao desgaste crônico”, disse.

O capitão da reserva José Eleutério da Rocha Neto, pesquisador na Universidade Estadual do Texas, defende medidas práticas para reduzir o risco. Entre elas, a regulamentação da atividade de segurança privada para agentes fora de serviço e mudanças na carga horária, que hoje prejudicam sono, alimentação e convívio familiar.

Já Mendonça reforça a necessidade de uma política pública que valorize o policial: “O efetivo precisa ser bem remunerado, bem treinado e bem equipado”. “É preciso parar de criminalizar a atividade policial e colocar o criminoso no lugar de agente desestabilizador da sociedade”, disse a Gazeta.
Dados revisados

O anuário também revisou os números de 2023, elevando o total de mortes para 178 violentas e 137 suicídios. Com essa atualização, a comparação sugere uma queda nos índices de 2024.

revistaoeste

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