Em audiência, Carlos Bolsonaro cita abordagem do FBI à família
O plenário da Câmara Municipal do Rio de Janeiro se transformou, na noite desta segunda-feira (11), em um ponto de encontro da direita carioca e nacional. Galerias lotadas, cartazes e faixas de apoio, aplausos e gritos de ordem marcaram a audiência pública contra a censura, promovida pelos vereadores Rafael Satiê (PL) e Marcos Dias (Podemos), vice-presidente e presidente da Comissão de Direitos Humanos.
A tribuna da Casa foi usada para denunciar o que parlamentares e lideranças chamaram de perseguição política, arbitrariedade judicial e cerceamento da liberdade de expressão. A pauta incluiu anistia aos presos do 8 de janeiro, críticas às decisões do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, e à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — símbolo da resistência conservadora. Apesar da força das falas e galerias lotadas, o evento ocorreu de forma ordenada, respeitosa e dentro do decoro parlamentar.
Por videoconferência, o vereador Carlos Bolsonaro (PL) apresentou um dos momentos mais fortes da noite. Disse ter sido alvo de investigações da Polícia Federal por críticas feitas nas redes sociais e relatou que, em 2022, durante a gravidez de sua filha, sua companheira foi abordada pelo FBI nos Estados Unidos para questionamentos sobre endereço no país.
– Os senhores sabem da covardia que estão fazendo com a minha filha, comigo, com o meu pai e com a minha companheira. Todas as leis possíveis estão sendo rasgadas neste país. Contem comigo e com meu pai: censurado, triste, mas que acredita que existe uma forma deste país se libertar – afirmou.
Na abertura, Rafael Satiê lembrou o ato realizado em Niterói ao lado do deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) e reforçou que o Legislativo carioca é espaço legítimo para o debate.
– Não deixaremos de falar, não deixaremos de lutar e não abriremos mão de expor a verdade. Nossa manifestação será firme, coerente e respeitosa, mas sempre clara e convicta. Estou aqui para brigar pelo direito fundamental da liberdade do indivíduo – disse.
O vereador ainda acusou o STF de usar “vazatogas” — relatórios de redes sociais — como justificativa para prisões de opositores políticos, e concluiu:
– Liberdade não precisa de autorização judicial.
A diretora jurídica do Novo, Carol Sponza, alertou que “se a gente não verbalizar o que estamos enfrentando e nos calarmos, assim viramos uma Venezuela”.
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) traçou paralelos com casos internacionais de violência contra líderes conservadores, citando o assassinato do senador colombiano Miguel Uribe, o atentado contra Donald Trump, a morte do ex-premiê japonês Shinzo Abe e a facada em Bolsonaro.
– A censura é um meio de calar a todos nós. Jair Bolsonaro é pré-candidato à Presidência em 2026. Por mais democracia e liberdade, fim da censura e da perseguição – afirmou.
Carlos Jordy defendeu o fim do foro privilegiado, que chamou de “coleira para deputados e senadores”, e mandou um recado:
– Senador que não apoia o impeachment de Moraes não merece nosso voto de confiança.
Também participaram o vereador da Casa Rogério Amorim (PL), a jornalista Vanessa Navarro, os advogados Jeffrey Chiquini (PR) e Cláudio Luís Caivano (SP), e o criador da plataforma de comunicação Fio Diário, Marco Antônio Costa.
O encontro segue o movimento de “municipalização” do tema, ecoando iniciativas já vistas nas câmaras de Curitiba (PR), Recife (PE) e Feira de Santana (BA). O evento, suprapartidário, reuniu nomes do PL, Novo e Podemos e foi encerrado com a mensagem de que a “bandeira da liberdade da nação” seguirá sendo defendida dentro e fora do Parlamento.
pleno.news
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