24/07/2025

MST/RN: ENFIM, EM CASA!

MST ocupa a governadoria e bloqueia trânsito na BR-101

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam a sede da Governadoria do Estado, em Natal, e bloquearam um trecho da BR-101 durante mobilização realizada nesta quarta-feira (23). A ação faz parte da Semana Camponesa, jornada nacional iniciada na segunda-feira (21), e tem como principal reivindicação a realização de mais desapropriações de terra. O MST tem feito, neste mês, diversas invasões de propriedades públicas e privadas. O movimento já gerou reações no setor produtivo, que critica a insegurança jurídica e a conivência das autoridades estaduais.

O grupo deixou pela manhã a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), também em Natal, que havia sido ocupada por cerca de 800 pessoas na terça-feira (22), e seguiu em caminhada até o Centro Administrativo. A manifestação percorreu a Avenida Senador Salgado Filho em direção à BR-101, reunindo aproximadamente 500 participantes, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Com o protesto, a BR-101 foi temporariamente interditada nas proximidades do Centro Administrativo, na zona Sul da capital. A PRF acompanhou a manifestação e orientou o trânsito no local. A via foi liberada por volta das 16h30. Segundo MST, o movimento não foi recebido pela governadora. Fátima Bezerra estava em uma agenda fora do Estado, ainda segundo o Movimento.

No Rio Grande do Norte, a mobilização começou com uma marcha que saiu de Ceará-Mirim, passou por São Gonçalo do Amarante e chegou à capital. Os manifestantes cobram uma reunião com a governadora Fátima Bezerra (PT) e denunciam a paralisação das políticas públicas de reforma agrária nos âmbitos federal e estadual. A manifestação também marca o Dia do Trabalhador e da Trabalhadora Rural, celebrado em 25 de julho.

A Federação da Agricultura criticou, ao longo da semana, a postura do Estado diante das ocupações do MST, que já se espalham por 20 sedes do Incra em todo o país.

Para o dirigente da Faern, as invasões de terras no RN estão desconectadas da realidade fundiária atual e ameaçam áreas produtivas. “Muito triste, nós ainda estamos discutindo questões de invasão de terra. Eu acho que isso é voltado completamente fora do mundo real que nós estamos vendo, que não existe falta de terra.” Segundo ele, a tendência é que os conflitos fundiários aumentem com a proximidade do calendário eleitoral e a atuação de figuras políticas ligadas ao MST.

Vieira citou como exemplo o caso da fazenda “Terras Secas”, uma unidade de pesquisa administrada em conjunto pela Embrapa e pela Emparn, que foi ocupada por militantes ligados ao MST. O local é referência no melhoramento genético de caprinos, ovinos e gado Sindi, além da produção de mudas de palma para a agricultura familiar. “Ali naquela unidade chamada Terras Secas, você tem também plantios de palma que onde é feito distribuição de mudas, de raquetes para os nossos pequenos. Então é um lugar de agricultores para ciência e também para apoio à própria agricultura, agricultura familiar”, afirmou.

TN

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