Lula e presidente da Indonésia falam à imprensa, mas não mencionam morte de brasileira
Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e da Indonésia, Prabowo Subianto, fizeram nesta quarta-feira (9) uma declaração conjunta à imprensa após reunião bilateral de cerca de duas horas no Palácio do Planalto.
Durante os pronunciamentos, nenhum dos dois líderes mencionou a morte da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, que morreu no mês passado após cair durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. O corpo foi encontrado quatro dias depois do acidente.
Segundo a assessoria do Palácio do Planalto, o tema não foi tratado na reunião. Juliana foi enterrada em Niterói 13 dias após o acidente. A família reclama da demora no resgate e pretende levar o caso a tribunais internacionais.
Reunião focou em comércio e temas globais
Na declaração à imprensa, Lula e Subianto enfatizaram a ampliação das relações comerciais entre Brasil e Indonésia, além de temas de política internacional, como as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza.
Lula destacou que a Indonésia é o quinto maior destino dos produtos do agronegócio brasileiro e manifestou interesse em ampliar as exportações de carne bovina. “A Indonésia já é o quinto maior destino dos produtos do agronegócio brasileiro. Queremos facilitar o comércio de carne bovina brasileira, que pode contribuir para a segurança alimentar do povo indonésio”, afirmou. O presidente avalia visitar o país asiático em outubro.
Em 2024, o comércio bilateral alcançou US$ 6,34 bilhões. A Indonésia ocupa o 16º lugar entre os destinos das exportações brasileiras e é o quinto maior comprador de produtos do agronegócio nacional.
Os presidentes também defenderam mais investimentos em preservação ambiental e incentivo à produção de energia renovável. Ambos reiteraram a defesa do diálogo como caminho para encerrar a guerra entre Ucrânia e Rússia.
“Assim como o Brasil, a Indonésia sempre defendeu que o diálogo é a única saída para a guerra na Ucrânia”, disse Lula.
O presidente brasileiro voltou a criticar as ações de Israel na Faixa de Gaza. “Nossos países têm denunciado incansavelmente as atrocidades cometidas contra a população palestina em Gaza. Nunca tivemos medo de apontar a hipocrisia dos que se calam diante das mais flagrantes violações do nosso tempo. Reconhecer o Estado Palestino e permitir seu ingresso como membro pleno da ONU é garantir a simetria necessária para viabilizar a solução dos dois Estados”, declarou.
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