Contrato em debate no ABC envolve 46% do terreno do clube em Ponta Negra
A crise envolvendo o Conselho Deliberativo e a Direção do ABC, relativa a discussão de um contrato envolvendo o patrimônio do clube, ganhou novas vertentes. Com a apresentação do contrato e de um aditivo ao mesmo, a área envolvida no negócio supera os 37 mil m2. O terreno Alvinegro possui, atualmente, 90 mil m2. Ao explicar o negócio, em coletiva, a informação era que haveria a construção de uma rua de acesso.
A área constante no contrato representa cerca 46% de todo o terreno pertencente ao clube, localizado na Avenida Deputado Antônio Florêncio de Queiroz, em Ponta Negra — também conhecida como Rota do Sol.
Questionado pela reportagem da Tribuna do Norte, o presidente Eduardo Machado optou por não se aprofundar nas explicações e declarou: “Todas as informações sobre esse assunto foram devidamente esclarecidas durante a coletiva de imprensa. As demais tratativas estão sendo conduzidas pelo nosso departamento jurídico e seguem sendo acompanhadas pelo Conselho Deliberativo”.
Entendendo que a assinatura do documento representa uma “oneração” do imóvel — e que qualquer instrumento envolvendo o patrimônio do clube deve contar com a anuência do Conselho Deliberativo — os ex-presidentes Eudo Laranjeiras, Paiva Torres, Rubens Guilherme, Fernando Suassuna, Rui Barbosa, Judas Tadeu, Paulo Tarcísio e Elisiel Ubirajara Marques enviaram ofício à diretoria cobrando explicações.
Entre as quais, “a disponibilização, para nosso conhecimento e eventual reprodução — inclusive, se necessário, sob termo de responsabilidade — dos instrumentos jurídicos ou contratuais já celebrados com a incorporadora mencionada e/ou com qualquer outra pessoa, física ou jurídica, que tenha relação com a operação ou negociação em questão.”
Os membros do conselho consultivo também almejam “a suspensão imediata, como medida de cautela temporária aos interesses do clube, da execução do que já foi ajustado e contratado sobre a área física aqui descrita — incluindo eventuais obras ou procedimentos preparatórios — até que tudo seja devidamente esclarecido e considerado regular, inclusive, se necessário, pelo Conselho Deliberativo formalmente convocado para esse fim, sob pena de responsabilização por atos irregulares”.
Um dos pontos mais contestados do contrato é a avaliação do metro quadrado na área em questão. A incorporadora estipulou o valor em R$ 700, representando um valor final de R$ 25,9 milhões, mas os conselheiros alegam que há uma subvalorização de pelo menos 50% nessa estimativa. Para esclarecer a questão, foi solicitada uma nova avaliação técnica independente, com laudo emitido por empresa imparcial.
O negócio entre o ABC e a empresa tem validade prevista de 180 dias, contados a partir de 2 de junho, podendo ser prorrogado por meio de aditivo, desde que haja concordância entre ambas as partes. Em caso de não aprovação da venda, o valor antecipado na negociação — R$ 1 milhão — deverá ser devolvido, corrigido pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), além da restituição por eventuais melhorias realizadas na área em questão.
TN
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