Lula ignora o Congresso e corre ao STF para manter aumento de imposto
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão do Congresso Nacional que derrubou o decreto que aumentava a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A medida havia sido aprovada pelo governo com a justificativa de reforçar a arrecadação federal, mas foi rejeitada por ampla maioria tanto na Câmara quanto no Senado. Do ponto de vista político da direita, a atitude do Executivo é vista como uma tentativa de atropelar a autonomia do Legislativo e esvaziar o debate democrático sobre a condução da política fiscal do país.
A votação no Congresso foi expressiva: 383 deputados votaram pela derrubada do aumento do imposto, contra apenas 98 que apoiaram o governo. Mesmo partidos aliados decidiram se posicionar contra a medida, indicando um desgaste do Planalto na relação com sua própria base. O recado do Parlamento foi claro, o Executivo não pode impor aumentos de impostos por decreto sem passar pelo crivo legislativo. A tentativa de Lula de recorrer ao STF soa, para setores da direita, como uma manobra autoritária para impor sua vontade acima da soberania popular representada pelo Congresso.
A direita também aponta para o perigo da crescente judicialização da política por parte do governo. Ao recorrer ao Judiciário para tentar desfazer uma decisão legítima do Legislativo, o governo Lula estaria promovendo um desequilíbrio entre os Poderes e enfraquecendo o modelo republicano. Essa postura tende a aprofundar o desgaste institucional e minar a confiança nas instituições, já que decisões políticas passam a ser tratadas como disputas judiciais, em vez de serem resolvidas no campo do debate e da negociação parlamentar.
Outro ponto crítico levantado por parlamentares conservadores é o impacto que o aumento do IOF teria sobre a economia real. O imposto incide diretamente sobre operações financeiras e encarece o crédito para empresas e consumidores, especialmente os de menor renda. Ao tentar manter a elevação do imposto, o governo estaria penalizando o setor produtivo e agravando a já delicada situação econômica do país, com juros altos e baixo crescimento. A defesa do aumento, portanto, contradiz o discurso de um governo que se diz preocupado com o povo.
Por fim, a oposição de direita considera que a derrubada do decreto do IOF representa uma vitória do Congresso e uma reafirmação da separação dos Poderes. Para esses setores, a resposta ao governo deve ser firme, não se trata de uma disputa partidária, mas de garantir que a Constituição seja respeitada. O STF não deve servir como escudo para projetos impopulares ou fiscalmente irresponsáveis. O debate sobre tributos deve ocorrer à luz do dia, no plenário do Congresso, e não nos bastidores do Judiciário.
DP
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