30/05/2025

TRISTE: BAOBÁ DO POETA RECEBERÁ TRATAMENTO COM FUNGICIDA APÓS QUEDA DE GALHO

Após queda de galho, Baobá do Poeta receberá tratamento com fungicida

O Baobá do Poeta irá passar por um tratamento da cavidade interna a partir do próximo sábado (31), de acordo com o engenheiro agrônomo Marcelo Gurgel, contratado para assumir a equipe que acompanha a situação da árvore que é um dos símbolos históricos e culturais de Natal. Há pouco mais de uma semana, a queda de um dos maiores galhos do baobá acendeu um alerta sobre as condições da planta. De acordo com Gurgel, o diagnóstico preliminar aponta para a presença de fungos no interior do tronco, o que requer tratamento com fungicida. Instituições de pesquisa coletaram material para um diagnóstico oficial, mas não há previsão de conclusão dessa análise.

“A gente vai limpar todo o tecido necrosado e fazer o tratamento da cavidade interna com fungicida. A ideia é curar a parte em que o tecido está apodrecendo. Estamos preparando uma equipe para iniciar esse trabalho no sábado”, disse Marcelo Gurgel, que foi ao local nesta quinta-feira (29) avaliar as condições do baobá. A situação é acompanhada também pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), a Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa) – que fez a coleta do material – além da UFRN, por meio da Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ).

O professor Sidney Praxedes, do curso de Engenharia Florestal da EAJ e especialista em Fisiologia Vegetal, visitou o baobá junto com Gurgel. Segundo ele, o tratamento que está sendo preparado deverá proteger a árvore do avanço de fungos provocados pela umidade do clima local. “O planejamento é fazer a aplicação de alguns produtos para evitar que os fungos se proliferem. Uma das sugestões para o que será feito é evitar o acúmulo de água, bem como proteger os galhos que estão de pé”, diz ele ao pontuar que, conforme diagnóstico preliminar, os fungos não têm avançado para os galhos.

Marcelo Gurgel explicou que a análise do material coletado deve apontar o patógeno que provocou o apodrecimento de parte da árvore que causou a queda do galho. “O que é perceptível de imediato é que o baobá começou a represar água, a qual, juntamente com matéria orgânica proveniente de folhas, florações e até de pássaros, formou um caldeirão. É importante destacar que essa é uma planta que não aguenta água, porque ela é originária da savana africana, uma região mais seca do que o semiárido”, pontua Gurgel.

Segundo ele, a estimativa é de que a planta tenha entre 300 e 400 anos. A base da árvore possui circunferência de 22,6 metros. “A árvore é exótica e tão antiga quanto a cidade do Natal”, fala o engenheiro. O advogado e escritor Diógenes da Cunha Lima, proprietário do terreno que cerca a árvore, no bairro de Lagoa Nova, na zona Sul de Natal, disse que foram adotadas diversas medidas emergenciais, como a contratação de especialistas para tentar salvar o baobá.

TN

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