10/01/2016

MEIO SÉCULO DE CACHAÇA

Queridinha no Brasil, cachaça faz 500 anos sem conquistar mercado mundial


image
Empório especializado em cachaça em São Paulo; produto comemora 500 anos.
Folha de São Paulo – Aos 500 anos, completados em 2016, a cachaça ainda não encontrou o seu espaço no mercado internacional e enfrenta dificuldades para manter o crescimento no segmento premium, destaque do setor nos últimos anos.
Criada em 1516 em um engenho na feitoria de Itamaracá (PE), a cachaça fez um voo de galinha na exportação.
As exportações caíram 27% em receita e 17% em volume no ano passado, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). A receita, de US$ 13,32 milhões em 2015, foi a menor desde 2007.
Apesar de os EUA (segundo principal importador) terem reconhecido oficialmente a cachaça como genuinamente brasileira, a bebida ainda não decolou no exterior devido à falta de investimentos em promoção, segundo fabricantes.
“As exportações cresceram em anos anteriores porque o Brasil estava na moda. Mas o produto é um mero desconhecido lá fora”, diz Maria das Vitórias Cavalcanti, diretora de relações internacionais da Pitú, uma das maiores exportadoras do país. Apenas 1,2% do volume de vendas da empresa vai para o exterior.
O pico da exportação ocorreu em 2014. A Copa no Brasil estimulou o interesse pela bebida, mas o setor não conseguiu manter o resultado, mesmo com a ajuda do câmbio.
“Para ser player mundial, é preciso investir”, diz César da Costa Rosa, presidente da Velho Barreiro, em que as exportações representam 3% do negócio. Estudos da companhia mostram que seria necessário um investimento de US$ 110 por ponto de venda no exterior para a cachaça começar a participar do mercado mundial de destilados.
“O setor, sozinho, não tem caixa para fazer isso”, afirma.
O Brasil produz 800 milhões de litros por ano de cachaça, ou 4% do mercado global de destilados, segundo a Euromonitor. A exportação não chega a 2% da produção.

Folhapress

Nenhum comentário: