27/08/2013

O MUNDO PELO AVESSO


ARTIGO Por Ricardo Sobral – Advogado (ricms@uol.com.br)

 Empestou, dizem uns; virou epidemia, afirmam outros. Há até quem ponha a “culpa” nos hormônios contidos na ração do frango, proteína abundantemente consumida pela população pelo atrativo da precificação mais favorável. 

O fenômeno, contudo, como é de domínio público, não é novo e não tem a dimensão que os alarmistas pretendem emprestar. A diferença é que, se antes era reprimido, hoje dele se faz apologia; é ostensivo, assumido, razão pela qual se escuta com frequência as assertivas reativas que iniciam este artigo. 

Basta alguém do ramo que detenha alguma forma de poder ficar em evidência, que a exibição pública fica mais aflorada, visível e festejada.

Em face de tais manifestações exclamativas, é de bom alvedrio registrar que toda generalização é injusta; que todo preconceito é condenável, e que é violência tudo aquilo que atenta contra a dignidade humana. Não se pode enfrentar um tema tão complexo com arrazoados de botequim, demanda conhecimentos das ciências que tentam desvendar o comportamento humano.

Um fato, contudo, é incontroverso: quando a explosão é plasmada exclusivamente no alto-relevo elas tendem buscar semelhanças, motivadas por conhecimentos adquiridos em causa própria, o que faz prescindir do contraponto, do “predador natural’.

Ademais, a curiosidade, que é tão própria da espécie em comento, sopra as brasas da fogueira onde toda fantasia é consumida e consectariamente castigada.

Não Há motivos para alarmes e histerias sociais, senão por parte daqueles interessados em granjear popularidade eleitoreira. O mundo ainda não foi totalmente raimundado, não é um grande arco Iris nem foi posto pelo avesso. Somos humanos e, como tal, tudo que é humano nos deve interessar. De modo que devemos acolher em nossas humanidades as manifestações humanas com respeito e compreensão, mesmo àquelas que não aceitamos. 

Cada um tem o seu livre arbítrio.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom, Dr. Ricardo.