04/03/2012

COMPLICAÇÃO PARA WILMA





Sinal Fechado pesará na decisão sobre candidatura de Wilma




A decisão da juíza Emanuella Cristina Pereira Fernandes, da 6ª Vara Criminal, de acatar a denúncia contra 27 dos 34 acusados na Operação Sinal Fechado, que apurou fraudes no Detran, deverá provocar mudanças importantes na eleição de Natal.

A ex-governadora Wilma de Faria, pré-candidata do PSB à Prefeitura de Natal, agora é ré no processo.
Ela aguardava a decisão da juíza Emanuella Cristina com muita ansiedade por dois motivos indesejados: fazer campanha respondendo a processo judicial na condição de acusada de novo esquema de corrupção e correr o risco de ter uma sentença desfavorável que, após decisão colegiada, possa lhe tirar o mandato em caso de eleição, como determina a Lei da Ficha Limpa.

Há quem afirme que Wilma de Faria não será candidata à Prefeitura de Natal na condição de ré da Operação Sinal Fechado.
Mas já ouvi gente dizendo que ela será candidata para se defender e passar a imagem de vítima, de líder partidária perseguida pelos adversários políticos. Wilma costuma ficar motivada quando alguém lhe chama de Guerreira.

Antes da decisão da juíza Emanuella Fernandes sobre as fraudes no Detran, Wilma já tinha muita dor de cabeça com os escândalos do Foliaduto, Ouro Negro e Operação Hígia, todos da época do seu governo, marcados por acusações a ela e a familares dela, como o filho Lauro Maia.
Agora ela terá de se defender no processo da Sinal Fechado onde figuram também o ex-governador Iberê Ferreira de Souza e o ex-deputado João Faustino. Wilma terá cabeça para separar as coisas? Ninguém sabe. Só ela pode responder.

A acusação de envolvimento nas fraudes do Detran já arrancou alguns pontos de Wilma de Faria nas pesquisas de opinião no momento em que ela apresentava uma curva ascendente. E agora? Como o eleitor receberá a notícia que a ex-governadora é ré em mais um processo?


A segunda rodada da série de pesquisas Sinduscon/Consult mediu o efeito da Ficha Limpa na eleição deste ano. O instituto perguntou ao entrevistado se ele votaria em candidato a prefeito ou a vereador com condenação na Justiça. Resultado: 73,8% disseram que deixariam de votar no candidato condenado, mesmo em primeira instância, quando ainda não há enquadramento na lei da Ficha Limpa. Para 6,8% isso não pesaria na escolha do voto; 14,8% afirmaram que dependeria da condenação e 4,6% não souberam responder.

A pergunta da Sinduscon/Consult quis repercutir a condenação de 16 pessoas, entre as quais 5 vereadores de Natal no exercício do mandato, na chamada Operação Impacto. Mas a questão serve também para os políticos envolvidos na Operação Sinal Fechado.

Como se vê, político enrolado com a Justiça não terá vida fácil nos tribunais e nas ruas, porque o público está cada vez mais impaciente com os acusados de corrupção.
Wilma de Faria é a segunda colocada na corrida sucessória da capital, conforme as pesquisas de opinião.

Qualquer decisão que ela tome deverá provocar efeitos significativos no processo eleitoral.
E poderá ser fundamental para o resto de sua carreira política.

Blog do Diógenes

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