25/03/2011

"MARINA, MORENA, MARINA...."



Pode vir por aí o “PV do B” ou “Partido da Marina”



Pelo visto, pode surgir o PV do B a qualquer momento. Marina Silva divulgou um texto nesta quinta em que faz severas críticas ao presidente do partido, José Luiz Penna (SP), acusado de sufocar a democracia partidária e de prorrogar o próprio mandato. Naquele estilo característico, escreve:

“Se deixarmos de lado a renovação política dentro do partido, acabou-se a moral para falar de sonhos, de ética, de um mundo mais justo e responsável com o meio ambiente. Podemos até continuar falando, mas soará falso, como voz metálica de robô.”

O texto de Marina vale por um “ou eu ou ele”. A ex-senadora poderia deixar o partido, junto com o seu grupo, e fundar um novo partido de matriz… verde! Certamente a Natura a acompanharia.

Ok, ok, talvez seja tudo verdade, e o tal Penna não passe de um autoritário. Mas essa é só a questão episódica. O fato é que não se conhece conteúdo maior do que o continente: não dá, estoura, é lei da física.

O PV quase não existia — a rigor, quase não existe. Marina conseguiu seduzir 20 milhões de eleitores convictos de que entendiam o que ela dizia. Quantos votariam de novo nela? Vai depender da onda, dos ventos, dos terremotos, sei lá… O fato é que, ainda que conserve apenas um terço dos votos, isso já a faz maior do que o PV. Ela não deixou o PT para se integrar à nova legenda; ela fez o movimento para SER a nova legenda.

É até possível que o tal Penna dance nessa: ela é Marina; ele é quase ninguém. Se não for assim, vem por aí o Partido da Marina. O nome poderia ser esse mesmo. É disso que se trata. Hoje, ninguém apostaria o mindinho na certeza de que Dilma concorrerá à reeleição. Mas você pode apostar a mão, leitor: Marina é candidata à Presidência em 2014, 2018, 2022… Deixou de ser uma política; já é uma entidade.

Reinaldo Azevedo

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