18/04/2023

QUEM NÃO JÁ DETONOU GILMAR?

Janones já chamou Gilmar de canalha e sugeriu que ministro decidiu a favor de amigo 

Em “desabafo” durante uma sessão da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) de Brumadinho na Câmara, em 2019, o deputado federal André Janones (Avante-MG) chamou o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de “canalha” e o acusou de decidir em favor de um “amigo pessoal”.

O vídeo da fala voltou a circular nas redes sociais na 2ª feira (17.abr.2023), depois de a PGR (Procuradoria Geral da República) pedir a prisão do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) por caluniar o ministro.

Janones reclamava de uma decisão de 28 de maio de 2019, quando a Corte liberou o ex-presidente da Vale, Fabio Schvartsman, de prestar depoimento na CPI.

Segundo o deputado, “o ex-presidente da Vale foi indicado por Aécio Neves”, deputado federal pelo PSDB-MG. “E o ministro Gilmar Mendes, que deu essa decisão, é amigo pessoal, como já mostravam várias matérias e investigações, o Sr. Gilmar Mendes é amigo pessoal do deputado Aécio Neves. Grandes coincidências”, falou Janones.

“Eu não apoiei até aqui a CPI da Lava Toga [sobre ativismo judicial], porque eu entendia que o Judiciário tem de ter seus próprios meios de investigar. Mas a decisão de hoje do STF, que é um tapa na cara dos brasileiros, que é uma autorização para a Vale continuar a matar, que é um tapa na cara das 300 famílias que foram mortas lá [Brumadinho], que tiveram seus entes queridos mortos embaixo da lama, essa decisão me faz rever o meu posicionamento”, continuou.

“A partir de hoje, eu sou um dos maiores defensores neste país de que se instale a CPI da Lava Toga mesmo, que se quebre o sigilo dos ministros do STF. Para que esse canalha do senhor Gilmar Mendes possa dar esclarecimento. É só no Brasil para a gente ter um ministro que é amigo íntimo de um quadrilheiro [Aécio]”, falou Janones.

O rompimento da barragem de Córrego do Feijão, da Vale, matou 270 pessoas em janeiro de 2019.

CONTEXTO

Na 2ª feira (17.abr), a PGR pediu a prisão de Moro depois que o ex-ministro da Justiça e ex-juiz da Lava Jato sugeriu “comprar” um habeas corpus de Gilmar Mendes.

De acordo com a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, o senador “caluniou” o ministro do Supremo, “imputando-lhe falsamente o crime de corrupção passiva”.

Em nota, o ex-juiz da Lava Jato afirmou que “repudia a denúncia” que, segundo ele, foi apresentada pela PGR “de forma açodada”, “sem base” e “sem sequer ouvir previamente” a ele.

Com informações do Poder 360

Nenhum comentário: