25/10/2019

APÓS MANUSEIO COM ÓLEO NAS PRAIS VOLUNTÁRIOS RELATAM INTOXICAÇÃO

Voluntários relatam intoxicação após manuseio de óleo nas praias

Era o primeiro dia em que a estudante de biologia Laís Araújo, 22, participava de um mutirão de voluntários para recolher o óleo nas praias do litoral de Pernambuco.

Após algumas horas de trabalho, os sintomas surgiram. Primeiro, veio o ardor nos olhos. Depois, uma dor de cabeça muito forte. Ainda sentiu falta de ar, cólica, náusea e coceira no corpo. Foi atendida por um médico no próprio local.

“Ele disse que eu não poderia mais trabalhar na remoção do óleo, mas tive que continuar para ajudar a minimizar a poluição nas nossas praias”, afirma.

Assim com Laís, outros voluntários e trabalhadores que têm atuado na limpeza das praias também estão sob risco de intoxicação com o petróleo, que possui componentes tóxicos e nocivos à saúde.

Os casos refletem a desorganização das ações de retirada do óleo das praias nos últimos dois meses, quando milhares de voluntários, servidores de prefeituras e até mesmo praças da Marinha atuaram sem a devida proteção.

Nas últimas semanas, não foram raras as imagens de pessoas retirando o óleo em trajes do dia a dia, sem proteção nas mãos, nos pés e no rosto.

Apenas em Pernambuco, a Secretaria Estadual de Saúde registrou 19 casos de pacientes que procuraram unidades de saúde após manusearem o óleo.

Dos 19 casos, 17 ocorreram no município de São José da Coroa Grande e dois em Ipojuca, ambos no litoral sul de Pernambuco Todos apresentaram sintomas leves, como vômito, náusea e ardência nos olhos.

Os casos estão em processo de investigação pelas equipes de Vigilância em Saúde, mas a principal suspeita é de que o mal-estar dos pacientes tenha sido causado pelo contato com o óleo e também pelo uso indevido de solventes para retirada do petróleo grudado no corpo.

Especialistas afirmam que recolhimento do óleo deve ser feito apenas com equipamentos de proteção individual como luvas de látex, botas impermeáveis, máscaras respiratórias e macacão de proteção.

Folhapress

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