12/08/2018

EVANGÉLICOS CRESCEM NA CÂMARA FEDERAL

Bancada da Bíblia na Câmara dobra de tamanho em 8 anos

Eduardo Cunha, fiel da Assembleia de Deus e então presidente da Câmara dos Deputados, retardava o início dos trabalhos no plenário da Casa naquele 24 de setembro de 2015. Comprava tempo para que uma comissão especial concluísse a votação do Estatuto da Família.

Apresentado por um deputado evangélico, o projeto que define a família como entidade formada pela união de um homem com uma mulher passou por 17 votos. Doze deles vieram de parlamentares evangélicos.

A aprovação mostrava, logo nos primeiros meses da nova legislatura, que o grupo estava unido na defesa de seus interesses. Mostrava também o esforço dos deputados evangélicos de manter – e quiçá aumentar – o poder político alcançado nos quatro anos anteriores, quando ocuparam a Comissão de Direitos Humanos com o pastor Marco Feliciano (PODE-SP). Para esses deputados, Deus tem poder. A bancada evangélica precisa ter também.

O grupo é uma força em ascensão no Congresso Nacional. A cada legislatura, cresce em tamanho, capacidade de organização e influência. Levantamento do Estado indicou que, atualmente, essa bancada é composta por ao menos 84 parlamentares: 82 deputados e dois senadores.

É mais do que o dobro do número de parlamentares federais evangélicos que se elegeu em 2006, segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, o Diap. (Não há um dado oficial sobre o tema.)

Esses congressistas estão organizados na Frente Parlamentar Evangélica (FPE). Oficialmente, há 182 integrantes em exercício nela. No entanto, 105 deputados pertencem a outras religiões. Lá entraram com suas assinaturas somente para viabilizar a criação da frente, anabolizando a representação parlamentar evangélica na Casa. Para chegar à formação da bancada atual, o Estadão/Broadcast procurou cada um dos congressistas listados na FPE, além de parlamentares indicados pela presidência da Frente e deputados com atuação próxima ao grupo.

Os 84 parlamentares representam 23 Estados, 21 legendas e 19 denominações evangélicas. Uma vez no Congresso, porém, para boa parte deles as diferenças regionais e partidárias são esquecidas em prol da união em torno de pautas morais – ou de costumes, como alguns preferem classificar.

Estadão Conteúdo

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