João Vaccari decide quebrar o silêncio
Em março passado, o ex-tesoureiro do PT
João Vaccari Neto teve uma conversa reveladora com um de seus
companheiros de cárcere. A situação de abandono do superburocrata
petista, sentenciado a mais de 24 anos de prisão e com pelo menos outras
quatro condenações a caminho, fez o interlocutor perguntar se ele não
considerava a hipótese de tentar um acordo de delação com a Justiça.
Conhecido pelo temperamento fechado, que lhe rendeu o apelido de “Padre”
nos tempos de militância sindical, Vaccari respondeu como se já tivesse
pensado muito sobre o assunto: “Não posso delatar porque sou um
fundador do partido. Se eu falar, entrego a alma do PT. E tem mais: o
pessoal da CUT me mata assim que eu botar a cara na rua”. Algo aconteceu
nos últimos dois meses. Depois desse diálogo travado com um petista
importante e testemunhado por outros presos, Vaccari não resistiu às
próprias convicções e resolveu romper o pacto de silêncio. O caixa do
PT, o homem que durante décadas atuou nas sombras, o dono de segredos
devastadores, decidiu delatar.
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