Uma das empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato, a OAS apresentou hoje, 31, pedido de recuperação judicial de nove de suas empresas à Justiça do estado de São Paulo.
De acordo com comunicado divulgado pela própria empresa, este seria o
melhor caminho encontrado pelo grupo para renegociar suas dívidas com
credores e fornecedores.
Segundo nota, ela decidiu também que concentrará esforços naquilo que “é sua principal vocação, a construção pesada”.
A OAS enfrenta restrição de crédito desde o final do
ano passado, quando passou a ser investigada pelos contratos fechados
com a Petrobras, na Operação Lava Jato da Polícia Federal.
De acordo com o presidente da OAS Investimentos, Fabio Yonamine, o setor de infraestrutura depende de financiamento para o desenvolvimento dos projetos, restrito pelas instituições financeiras.
Ao mesmo tempo, clientes suspenderam pagamentos e novas contratações.
Como consequência, as agências de rating rebaixaram a nota da OAS, o
que levou ao vencimento antecipado de suas dívidas.
Outros financiamentos também foram paralisados. Por exemplo, o fundo
de pensão dos funcionários da Caixa (Funcef) suspendeu o aporte de R$
200 milhões que deveria ter feito até março na OAS Empreendimentos,
empresa do ramo imobiliário do grupo OAS.
A empresa, que tem R$ 8 bilhões em dívidas, já suspendeu o pagamento de qualquer passivo desde o início do ano.
Para continuar operando, a empreiteira irá vender ativos no processo
de recuperação judicial “para dar segurança aos investidores de que não
correrão risco de ter seu negócio contestado na Justiça pelos credores
da OAS”, afirma Diego Barreto, diretor de desenvolvimento corporativo da
construtora.
As dívidas contraídas até a data de hoje (31 de março) serão
congeladas e renegociadas. De acordo com a empresa, pagamentos de
salários e benefícios de colaboradores não serão afetados pelo processo.
Serão colocadas à venda a participação da OAS S.A. na Invepar (24,44%
do negócio),a fatia no Estaleiro Enseada (17,5%), a OAS Empreendimentos
(80%), a OAS Soluções Ambientais (100%), a OAS Óleo e Gás (61%) e a OAS
Defesa (100%). Também serão negociadas a Arena Fonte Nova (50%) e a Arena das Dunas (100%).
O que atrasa o plano da OAS são ações na Justiça, inclusive uma
americana, em que credores acusam a empresa de desviar patrimônio para
garantir a venda da Invepar, concessionária de diversos ativos, entre
eles o Aeroporto de Guarulhos. Parte da venda está até bloqueada.
Exame
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