O petrolão vai chegar aos ‘grandes donos do poder’?
Ícaro e seu pai Dédalo (que era arquiteto) estavam refugiados em
Creta, junto ao rei Minos. Depois do nascimento do seu filho Minotauro
(corpo de homem e cabeça de touro), foi construído um labirinto para
aprisioná-lo. Ele acabou sendo morto por Teseu; Dédalo e Ícaro ficaram
presos no labirinto. Este, para reconquistar a liberdade, construiu asas
artificiais, usando cera do mel de abelhas e penas de gaivotas. Antes
da fuga, o pai alertou o filho que ele não poderia voar perto do sol
porque derreteria a cera das asas coladas ao seu corpo; nem muito perto
do mar porque, se tocasse suas águas, as asas ficariam muito pesadas.
Ícaro não ouviu os conselhos do pai e, tomado pelo desejo de voar
próximo ao sol, acabou perdendo suas asas; despencou e caiu no mar Egeu,
enquanto o pai, aos prantos, voava para a costa. Moral da história
mitológica: Ícaro pode voar alto, talvez até consiga atingir alturas
impensáveis, mas não pode atingir o cume, o topo, ou seja, o sol.
A alegoria tem tudo a ver com o promotor argentino Alberto Nisman
(veja H. Schamis – El País), encontrado morto em seu apartamento, que
teria, com sua investigação, chegado ao ponto máximo. Acusou a
presidenta de cúmplice acobertadora dos terroristas iranianos, que
mataram 84 judeus, em Buenos Aires, em 1994. No Brasil, os Ícaros
delatores, investigadores e acusadores no caso petrolão, até o momento,
mesmo voando alto, ainda não chegaram muito perto do sol. Ou seja, perto
dos grandes poderosos, dos maiores destinatários e beneficiários do
proveito político e/ou financeiro proporcionado pela corrupção
cleptocrata, que é a manobrada pelos ladrões que cogovernam o Brasil.
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