21/05/2024

SE ESPALHA POR CIDADES DE SP ESQUEMA DE LICITAÇÕES DO PCC

Esquema de licitações do PCC se espalha por cidades de SP

As fraudes em licitações para desviar milhões de reais de dinheiro público e depositá-las no bolso da maior facção criminosa do país, o Primeiro Comando da Capital (PCC), atingiram mais cidades paulistas do que se imaginava. A informação foi divulgada pelo portal UOL, nesta segunda-feira, 20.

O esquema, que se estendeu por anos, usava empresas ligadas a um integrante da facção e incluía pagamento de propinas a agentes públicos.

Entre 2016 e 2023, mais de R$ 251 milhões em dinheiro público foram parar em CNPJs ligados ao PCC, mostram dados do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Ao menos 25 prefeituras e câmaras municipais, além de uma fundação cultural do Estado, firmaram contratos com empresas do esquema.

O operador do crime, segundo investigação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), é Vagner Borges Dias, membro da facção conhecido como Latrell Brito, que se apresentava como empresário e músico de pagode. Ele está foragido.

Brito é o criador do Grupo Safe, formado por ao menos sete empresas registradas em nome dele e no de laranjas. Ele usava as empresas para vencer licitações que incluíam documentos falsos, simulação de concorrência e corrupção de agentes públicos, informou o MP-SP.

Empresas lavavam dinheiro para o PCC

As empresas também serviriam para lavar dinheiro do tráfico de drogas e de outros crimes cometidos pelo PCC. Pelo menos uma delas teve como representante outro membro da facção: Márcio Zeca da Silva, condenado em primeira instância por tráfico de drogas.

Latrell Brito mantinha um grupo de WhatsApp para combinar lances em pregões eletrônicos e presenciais com servidores, secretários municipais e políticos em mandatos eletivos.

Ele definia a empresa do grupo que venceria a licitação e como abordaria concorrentes legítimos para convencê-los a desistir das disputas, mostram as provas. Mensagens encontradas no celular de Brito sugerem que o plano foi concebido pelo próprio PCC.

“Sou Comando”, escreveu Latrell Brito, em mensagem de WhatsApp encontrada pelo MP-SP. “Sempre fui Comando.”

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