21/05/2024

A REPRESSÃO ÀS MAIORIAS - POR J. R. GUZZO

A repressão às maiorias

À primeira vista, é um perfeito contrassenso. As eleições na Europa, dentro de cada país e no plano geral do Parlamento europeu, estão sendo apresentadas como uma ameaça mortal para a democracia. Por quê? Porque a direita tem boas chances de avançar mais. Tem sido assim nestes últimos tempos. A cada vez que a população é chamada para manifestar a sua vontade nas urnas, a direita ganha mais espaço e põe mais gente nos governos. Mas como os resultados de uma eleição limpa poderiam ser uma ameaça para a democracia? A ideia essencial das sociedades livres é exatamente esta: vai para o governo quem obtiver mais votos dos cidadãos. Estão querendo dizer, então, que só há democracia quando a esquerda ou o “centro” ganham a eleição? Chega-se aí à segunda vista, e por esta segunda vista não há contrassenso nenhum. Na visão unânime das elites políticas, culturais e econômicas, na Europa e no resto do mundo, é precisamente disso que se trata. Quando a direita ganha na votação popular, é porque o povo está sendo “contra a democracia” — e isso não pode ser admitido pelos que se julgam condutores do “processo civilizatório”. De acordo com a elite mundial, em suma, as eleições livres são hoje o maior perigo que existe para o Estado democrático. Assumiram o mandamento fundamental dos regimes de esquerda: o povo, realmente, não pode votar, porque se pudesse iria votar contra a gente.

É daí que vem a crescente histeria das mentes civilizadas diante do quadro eleitoral da Europa. Vai haver, já agora em junho, eleições gerais para o Parlamento da União Europeia, com 705 deputados dos 27 países membros. As previsões mostram que a direita é quem tem mais chances de crescer — e como lá não é a Venezuela, onde todos os candidatos viáveis da oposição são proibidos de concorrer, a esquerda e seus aliados de “centro”, ou coisa parecida, estão vivendo momentos de ansiedade intensa. Depois disso pode acontecer um horror maior ainda: uma possível vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos, descrita pelas vozes do “equilíbrio” como um passo direto rumo à Terceira Guerra Mundial e à volta do mundo à Idade da Pedra Lascada. Já houve a eleição de Javier Milei na Argentina. Haverá até mesmo as eleições municipais no Brasil, em outubro próximo — e o governo Lula, a dupla STF-TSE e a esquerda nacional estão num estado de pré-pânico com o que pode acontecer.

Clique no link abaixo e veja a matéria completa:

Nenhum comentário: