12/02/2021

INQUÉRITO QUE APUROU INJÚRIA DE RAMÍREZ A GERSON DO FLAMENGO É ARQUIVADO PELO STJD

STJD arquiva inquérito que apurou injúria de Ramírez a Gerson, do Flamengo

O STJD arquivou o inquérito para apurar a denúncia de injúria racial que teria sido feita pelo meia Ramírez contra o volante Gerson, do Flamengo. O relator do caso, Mauricio Neves da Fonseca, determinou o arquivamento pela insuficiência de elementos probatórios.

Segundo o relator, todas as pessoas ouvidas – entre elas o árbitro, os assistentes, o delegado da partida e o então técnico do Bahia, Mano Menezes – declararam que não ouviram Ramirez dizer a Gerson a frase "cala a boca, negro".

"Temos apenas a palavra isolada do atleta Gerson, que embora tenha sido levada em consideração por este Colendo STJD, tanto que houve a instauração do presente inquérito, ela, por si só, não autoriza o oferecimento de denúncia, eis que desprovida de provas", apontou Mauricio Neves da Fonseca.

Os depoimentos de Bruno Henrique e Natan concedidos à Polícia Civil foram anexados ao inquérito. Ambos disseram que não ouviram a ofensa, mas relataram que Gerson ficou muito abalado com o que aconteceu no Maracanã, durante a vitória do Flamengo por 4 a 3, pelo Brasileirão.

Gerson depôs na delegacia, mas não compareceu frente ao auditor do STJD. O Flamengo pediu adiamento da oitiva alegando necessidade de concentração para o clássico contra o Vasco, mas o tribunal não atendeu.

"É necessário que venham aos autos elementos que comprovem os fatos e sua materialidade, para ser reconhecida a justa causa, cujo requisito é obrigatório para deflagrar um processo disciplinar desportivo", escreveu Maurício Neves da Fonseca em seu relatório.

Indiciamento

Enquanto o caso se encerra na corte desportiva, a discussão continua porque a polícia pediu o indiciamento de Ramírez por injúria racial.

O Flamengo chegou a pedir suspensão do inquérito no STJD para esperar o resultado da investigação policial, mas o relator negou e entendeu que a corte tinha competência para apurar os fatos à luz do Código Brasileiro de Justiça Desportiva.

Em nota, o Bahia já tinha dito que "teve acesso à integralidade dos depoimentos colhidos no inquérito e pode afiançar à sociedade e à torcida tricolor que a decisão foi absolutamente despida de qualquer fundamentação probatória".

O Globo

Nenhum comentário: