14/08/2019

SP: SINDICALISTA É PRESO PELA PF COM DINHEIRO E OURO

Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Itatiba é preso em operação da Polícia Federal

Joias, dinheiro e droga foram apreendidos na casa de um dos suspeitos durante operação Tudo Nosso  — Foto: Arquivo Pessoal O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Itatiba (SP) e o pai dele foram presos na manhã desta terça-feira (13), durante a operação "#TudoNosso", da Polícia Federal, em combate à corrupção na prefeitura de Araçatuba, no interior de São Paulo. Mais de 150 policiais federais foram às ruas para cumprir 14 mandados de prisão temporária e 37 mandados de busca e apreensão.

As ações ocorreram em Araçatuba, Clementina (SP), Itatiba (SP) e Jundiaí (SP), além da capital paulista.

De acordo com a Polícia Federal, em Itatiba foram presos Igor Tiago Pereira, que é presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da cidade e o pai dele, José Avelino Pereira, empresário e sindicalista apontado como o líder do grupo criminoso, mais conhecido como Chinelo.

Os dois foram encaminhados para a Polícia Federal para prestarem depoimento. O sindicato foi procurado pela equipe da TV TEM, mas ninguém antedeu às ligações.

Segundo a polícia, eles participavam de um esquema que desviava recursos públicos da prefeitura de Araçatuba por meio de contratos fraudulentos.

Segundo a PF, José Avelino seria o líder do grupo responsável por desviar dinheiro público da prefeitura de Araçatuba por meio de contratos fraudulentos, um deles registrado em nome de Igor Pereira e também em nome de laranjas.

Polícia Federal realiza operação no Sindicato dos Metalúrgicos em Itatiba (SP) — Foto: Rafael Fachim/TV TEM
De acordo com a PF, José Avelino, que é empresário, sindicalista e presidente de diretório político em Araçatuba, de 64 anos, é suspeito de fazer contratos fraudulentos com a prefeitura.

Policiais federais cumpriram mandados na prefeitura de Araçatuba e simultaneamente em quatro secretarias municipais, e na sede do diretório político coordenado pelo sindicalista, apontado pela investigação como líder da organização criminosa, e em outros endereços comerciais e residenciais relacionados às empresas e investigados.

Na casa do sindicalista, em Itatiba, os policiais apreenderam joias, inclusive uma corrente de ouro com pingente de chinelo, dinheiro e droga. Já na sede do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e de Material Elétrico de Itatiba e Região, presidido pelo filho de José Avelino, ambos com prisão decretada, a equipe da PF recolheu um malote com documentos.

As investigações tiveram início há dois anos após a PF receber denúncias indicando a prática de crimes de desvios de recursos públicos da Prefeitura de Araçatuba por meio da contratação fraudulenta de empresas prestadoras de serviço.

Investigação

As investigações estão concentradas na sede da Polícia Federal de Araçatuba. Segundo a PF, o empresário é o responsável por um esquema de corrupção envolvendo diversas empresas ligadas a família dele. O filho e um genro dele seriam sócios “laranja” de empresas e também tiveram a prisão temporária decretada.

A Polícia Federal informou que a maioria das empresas, usadas nas licitações fraudadas, não está registrada no nome do empresário, e que ele é o dono, de fato, de pelo menos cinco delas. A maioria dos sócios apenas “empresta” o nome em troca de vantagens da organização criminosa, explicou a PF.

Nos últimos dois anos, de acordo com a PF, as empresas investigadas aditaram ou celebraram contratos com a prefeitura de Araçatuba nas áreas de educação e assistência social. Alguns servidores públicos estariam envolvidos apos indicação em setores estratégicos, de interesse da organização criminosa, para facilitar as fraudes.

A Justiça Federal decretou, além das buscas e prisões, o afastamento cautelar de servidores públicos municipais envolvidos para cessar a ação da organização criminosa e garantir a restituição dos valores desviados para o município.

O nome da Operação “#TudoNosso” faz alusão ao termo frequentemente utilizado pelos investigados, inclusive em redes sociais, nas ocasiões em que obtinham sucesso nas diversas fraudes cometidas.

Os presos serão indiciados pelos crimes de corrupção ativa e passiva, falsificação de documentos (públicos e privados), peculato, associação criminosa, fraudes em licitações, entre outros.

Os presos, após serem ouvidos na sede da PF em Araçatuba, serão encaminhados para cadeias da região onde permanecerão custodiados à disposição da Justiça Federal.

G1

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