06/10/2018

ENTENDA OS VOTOS BRANCOS E NULOS

Votos branco e nulo: entenda a diferença e para onde vão

Agência Brasil/Fabio Rodrigues PozzebomNas eleições em que o Brasil terá historicamente o maior número de candidatos à presidência desde 1989 – com 13 nomes disputando a corrida presidencial -, os 147.302.357 eleitores registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se veem indecisos a dois dias do pleito. Devido a inúmeras denúncias de corrupção entre os nomes mais conhecidos da política, e fake news que são disseminadas pela internet, muitos eleitores veem como opção anular o voto ou votar em branco.

Segundo pesquisa Ibope divulgada na quarta-feira (3/10), o percentual mostrado de eleitores que votarão branco ou nulo chegam a 11%, o que demonstra que a indecisão ronda a cabeça de muitos brasileiros. Mas, ao apertar o botão escrito “branco” ou anular a decisão, o brasileiro pode não ter a ideia: aonde o poder democrático está indo? Será que votar branco faz o candidato que está à frente ter mais chances de ganhar as eleições? E o que de fato votar nulo significa? Se mais de 50% da população votar nulo as eleições são canceladas? De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nada disso é verdade. Saiba o que é mito e o que é verdade:

“Vou votar branco, assim ajudo quem está ganhando”

Não. O voto em branco se refere simplesmente à falta de preferência do eleitor em relação aos candidatos e, conforme o TSE, não influencia em nada o processo eleitoral.
Vale lembrar: nas urnas, é preciso apertar a tecla “branco” e o botão “confirma”.

Curiosidade: anteriormente, para votar nessa categoria, o eleitor deixava de assinalar a cédula com o nome dos candidatos. Com o papel em branco, a cédula servia para contabilizar votos para o candidato que estava vencendo. Por isso, hoje não funciona mais desta forma.

“Se todo mundo votar nulo, as eleições são canceladas”

É boato. Assim como o voto branco, o nulo não atingiria as eleições, mesmo em um cenário utópico, no qual todos os eleitores votam nessa categoria, já que seria praticamente impossível mais de 140 milhões de cidadãos anularem a escolha. No voto nulo, o eleitor apenas se manifesta contra todos os candidatos, mostrando estar insatisfeito com a propostas deles. Na contagem de votos, o TSE só considera votos válidos: brancos e nulos ficam então excluídos.

Vale ressaltar que uma eleição pode ser anulada apenas em consequência de irregularidades na chapa do candidato vitorioso. Ou seja, se houver fraude (compra de votos, por exemplo), a nomeação é zerada e é feito outro pleito.
Fique atento! Para votar nulo, o eleitor precisa escolher um número inexistente: por exemplo, teclar “99” ou “00” e pressionar o botão “confirma”.

Curiosidade: antes do voto digital, o eleitor assinalava ou escrevia o nome do candidato na cédula. Se a letra estivesse ilegível ou a marcação no nome não fosse preciso, o voto era anulado.

Fique por dentro da Lei:

De acordo com o Ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Henrique Neves, “o verdadeiro detentor do poder democrático é o eleitor, que se manifesta por certo candidato”. “Se a pessoa não vai à urna ou vai e vota nulo, ela não manifesta a sua vontade em relação a nenhum dos candidatos. Se poderia até dizer que ela está fazendo um voto de protesto, mas as regras constitucionais brasileiras dão peso ‘zero’ para esse voto de protesto: ele não é considerado para o resultado das eleições”, completa o jurista.

A escolha do candidato

De acordo com a coordenadora do curso de Ciências Políticas do Centro Universitário Internacional Uninter, Andrea Benetti, vale mais a pena escolher um candidato do que optar pelo nulo ou branco. Para isso, ela aconselha que os eleitores pesquisem a vida pública e vejam as propostas apresentadas pelos políticos.

Tendo em vista o difícil acesso à informação em sites oficiais, como o do próprio TSE, Andrea diz que uma medida a ser adotada é acompanhar as notícias veiculadas na mídia especializada, de fonte segura, cujo papel é “importante porque traz a informação de forma mais fácil de se entender.”

Para a especialista, os brasileiros pagam caro pela omissão na hora da eleição. “Nós temos nos omitido muito e pagamos um preço alto por causa disso, portanto devemos ser mais ativos”. Andrea conclui: “Um candidato nunca vai representar 100% nossos interesses, mas nosso maior pecado é a nossa omissão”.

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