18/12/2017

IBGE DESMENTE PT

IBGE desmonta discurso do PT sobre ascensão social

Durante 13 anos, o Brasil se acostumou a ouvir um discurso no qual apontava uma “melhoria na vida dos pobres” ou no surgimento de uma “nova classe média” no país. Porém, desde setembro, a divulgação de estudos desmontam essa tese, sendo o primeiro deles vindo da Escola de Economia de Paris, cujo autor, o irlandês Marc Morgan, foi orientado por Thomas Piketty, autor do amplo estudo sobre a desigualdade no mundo “O capital no século XXI”.
A base de dados utilizada por Morgan, foi o IBGE, através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).
Pois bem, na sexta-feira (15), o próprio IBGE publicou a PNAD mais recente, referente a dados de 2016 que confirmam a tese do irlandês. Os dados são fartos e detalhados sobre o que aconteceu com a desigualdade e a renda nos últimos anos.
A pesquisa mostra que um quarto da população (cerca de 25 milhões de pessoas) vivia com menos de R$ 387 por mês em 2016. Nos municípios onde vivem mulheres pretas ou pardas se cônjuge e com filhos, a situação piora. Neste grupo, 64,0% estavam abaixo dessa faixa de renda.
Segundo o instituto, embora o Brasil não tenha uma “linha de pobreza” oficial, a SIS fez um estudo a partir de diversas abordagens desse tema. Considerando-se a linha proposta pelo Banco Mundial, por exemplo, um quarto da população brasileira vive com renda de até 5,5 dólares por dia (R$387 por mês), incluindo 42,4% das crianças e adolescentes de até 14 anos do país.
Em 2016 (Dilma Rousseff sofreu o impeachent em 31 de agosto de 2016), cerca de 25,8% dos jovens de 16 e 29 anos não estavam ocupados nem estudavam. Entre os 10% da população com os menores rendimentos, 78,5% eram pretos ou pardos. Já entre os 10% com os maiores rendimentos, os pretos ou pardos representavam apenas 24,8%.
Na análise do saneamento, a pesquisa constatou que, no Piauí e no Acre, mais de 10% da população vivem em domicílios sem banheiros e que 37,9% dos domicílios do país não tinham acesso simultâneo aos três serviços de saneamento básico (coleta de lixo, água tratada e acesso à rede de esgoto).

Mercado de Trabalho
O mercado de trabalho se deteriorou muito em 2016 e os empregos com vínculo foral atingira o menor nível naquele ano, quando chegou a 49,8%. Já o percentual de empregados sem carteira caiu até 2015 (17,9%) e subiu em 2016 (18,5%) e o dos trabalhadores por conta própria cresceu de 2012 (22,9%) para 2016 (24,7%).
No mesmo mercado de trabalho, o salário das mulheres não passou por nenhuma correção histórica em relação ao rendimento dos homens. Em 2012, as mulheres ocupadas em trabalhos formais ganhavam 73,0% do rendimento dos homens, razão que cresceu para 76,0% em 2016.
O rendimento médio dos homens ocupados informalmente foi 50,0% dos formais; entre as mulheres esta proporção foi de 41,7%. Na população branca, a razão entre rendimentos de informais e formais foi de 55,1%, e para pretos ou pardos, 48,9%. Os trabalhadores pretos e ou pardos ganhavam, em média, 55,3% do rendimento dos brancos.
As mulheres sem instrução ou com ensino fundamental incompleto recebiam 20,6% menos que homens de mesmo nível. Entre os trabalhadores com ensino superior essa proporção era de 56,6%. Entre trabalhadores brancos e pretos ou pardos com nível superior essa desigualdade alcança 45,5%.
A região Nordeste, muito importante eleitoralmente para o PT, apresenta uma enorme disparidade no que diz respeito aos jovens no mercado de trabalho. No Maranhão, apenas 30,1% dos jovens trabalhadores tinham empregos formais, enquanto e Santa Catarina o patamar era de 77,1%
 
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