15/09/2014

A MAGRINHA QUE NÃO "VERGA"

Austera e falante, professora Marina Silva dispensava lousa nas aulas

Foto: Divulgação
A professora Marina Silva chegava sempre no horário. Não costumava usar a lousa, já que se garantia no gogó: tinha muita propriedade sobre o que falava, e falava e falava – não muito diferente de hoje em dia. “Dava uma aula cheia”, afirmou uma aluna. No look, marcas registradas como as saias compridas e colares já se faziam presentes. Também já era ‘magrinha’ e cheia de ideais que inspiravam os estudantes. De 1985 para cá, talvez a principal diferença seja o salário da ex-professora de história e atual candidata à Presidência pelo PSB. Se antes ela ganhava cerca de 1 milhão de cruzeiros por mês (cerca de 1.080 reais, corrigidos pela inflação), atualmente, só com palestras, esta cifra saltou para 41.000 reais mensais nos últimos três anos.
A postura séria e comprometida como professora é o que marcou a ex-aluna do Colégio Meta e analista judiciária Mauricília Rodrigues. “Ela tinha muita segurança no que falava e transmitia o saber com muita tranquilidade”, afirmou ao site de VEJA. “Desde essa época ela já tinha o poder de convencimento. A presença dela em sala de aula aspirava a muito respeito”, disse.
O dono da instituição de ensino particular de Rio Branco (AC) em que Marina lecionou por apenas um ano, Evaristo de Lucca, diz que ela era uma docente exemplar. Ele já havia sido professor dela na Universidade Federal do Acre (UFAC), onde Marina se formou em história, e foi o primeiro empregador de la após a conclusão do curso. Ele conta que Marina o procurou porque tinha dois filhos e precisava trabalhar. “Marina era do tipo de professora que falava mais do que escrevia na lousa, porque tinha boa oratória e empolgava os alunos por aí”, definiu. No ano seguinte, 1986, Marina deixou o colégio Meta para se dedicar à vida política. “Quando ela me perguntou o que achava de sair da instituição, respondi que o futuro dela era promissor e que as portas estariam sempre abertas”, disse.
A médica e também ex-aluna Sirleide Uchoa disse que se identificava com Marina porque sempre gostou de história. Segundo ela, Marina era uma excelente professora, ‘competente, segura e preparada’. “A grande lição que ela deixou foi a história de humildade e superação. Já sabíamos que ela era uma pessoa vinda da floresta, batalhadora. Nós, como alunos, já víamos nela a figura de uma vencedora”, complementou Mauricília.
A chance de ter tido como professora uma possível futura presidente do Brasil emociona as ex-alunas. “Eu fico lisonjeada e muito orgulhosa. O Acre é uma terra que só agora está aparecendo na mídia. Lá não tem só onça, e índio não”, exaltou Sirleide. “É um misto de orgulho e alegria”, disse Mauricília. “Foi a mão da providência divina que fez ela passar de coadjuvante a protagonista do cenário eleitoral. A vida dela deu uma volta muito grande de uma forma que ninguém esperava”, complementou.

Veja

3 comentários:

Anônimo disse...

Voce que é professor(a) não tenha medo de uma professora culta....ou voce é a favor do analfabetismo para receber bolsa familia. vote na professora para presidente... entendeu???

Anônimo disse...

O que me intriga, é saber que algumas pessoas sabem que o programa bolsa família, não é um programa somente para analfabetos, mas fazem colocações como quem desconhecesse o assunto. Digo isso, mas não sei se o cidadão em questão,tenha conhecimento para tanto.

Anônimo disse...

Marina tem boas intenções, mas sofre com a incrível desvantagem de estrutura de campanha em comparação com os adversários. Só em tempo de TV, ela precisa suportar quase quinze minutos de ataque só do PT e do PSDB, uma verdadeira"demonização" desesperada dos partidos da polarização. Apesar de algumas questões serem relevantes, como a autonomia do BC, Marina não tem propostas retrogradas. Isso não está no programa de governo dela, assim como não está a não prioridade do pré-sal que a Dilma quer (e que está conseguindo convencer o povo). Quanto ao Bolsa Família, é importante ressaltar que é uma conquista social e a mesma Marina sempre fala do compromisso de NÃO acabar com as conquistas sociais do povo (bolsa família, minha casa minha vida... etc). Não acredito que com a história de vida dela, e com uma possível subida a presidência ela seria tão "leiga" a ponto de derrubar esses "benefícios sociais" até porque isso faria com que a aprovação dela desabasse instantaneamente.