02/02/2024

'O PSOL É TÃO PATÉTICO QUE ATÉ NISSO VIVE A REBOQUE DO PT' - DIZ VEREADOR QUE TEM PEDIDO DE CASSAÇÃO FEITO PELO PSOL

PSOL pede cassação de vereador por “perseguir” padre Lancellotti

O vereador Toninho Vespoli (PSOL) protocolou, nesta quinta-feira (1º), pedido de cassação de mandato contra o colega Rubinho Nunes (União Brasil) na Câmara Municipal de São Paulo. Vespoli alega que Rubinho cometeu quebra de decoro parlamentar ao “difamar e perseguir” o padre Júlio Lancellotti e as entidades sem fins lucrativos que prestam assistência à população em situação de rua na Cracolândia, no centro da capital.

Essa é a segunda vez que Rubinho é alvo de pedido de cassação pelo mesmo motivo. Em dezembro, os vereadores Luna Zarattini e Hélio Rodrigues, ambos do PT, apresentaram denúncia contra ele na Corregedoria da Casa legislativa.

– O PSOL é tão patético que até nisso vive à reboque do PT – disse Rubinho ao Estadão.

E continuou.

– Ao invés de investigar as denúncias de abuso sexual contra menores, querem cassar o denunciante – completou.

No início deste ano, Rubinho esteve em foco ao obter as assinaturas necessárias para criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a atuação de ONGs que atendem dependentes químicos. Na época, ele disse à reportagem que o padre Júlio Lancellotti seria um foco da investigação. A iniciativa contra o pároco repercutiu mal, com críticas de políticos de diferentes matizes ideológicos. Tanto o padre quanto as entidades citadas por Rubinho Nunes negam quaisquer irregularidades.

Após a repercussão negativa, Rubinho realizou nova investida contra Lancellotti, encaminhando ao presidente da Câmara, vereador Milton Leite (União Brasil), um vídeo de conteúdo sexual em que, supostamente, o padre estaria praticando conduta imprópria com adolescente. O Ministério Público de São Paulo, em 2020, investigou o caso, concluindo pela falta de evidências e arquivando o inquérito em agosto de 2021.

– O vereador se aproveita de sua posição como representante legislativo para cometer atos criminosos, com previsão no Código Penal, é importante ressaltar que a imunidade parlamentar não deve ser confundida com a prática de atos tipificados no Código Penal, como os crimes contra a honra – apontou Vespoli no documento.

E continua.

– Verifica-se que o vereador comete os crimes de calúnia e difamação – segue.

Colégio de líderes
O pedido de abertura da CPI das ONGs aguarda a apreciação do colégio de líderes, que reúne as lideranças de cada bancada e a presidência da Casa. Com o aval dos líderes, o pedido segue para votação no plenário e precisa contar com o apoio de mais da metade dos parlamentares, ou seja, ao menos 28 dos 55 votos.

A primeira reunião do colégio de líderes deste ano vai ocorrer na terça (6). Há expectativa de que a CPI das ONGs seja discutida no encontro. Vereadores consultados pelo Estadão indicam que, atualmente, não há clima político para a aprovação da proposta. Rubinho afirma, por sua vez, que tem “bastante confiança” de que a abertura da comissão será aprovada pelo Legislativo paulistano.

AE

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