08/06/2020

RJ: A PEÇA-CHAVE DO GOVERNO WITZEL É UM EX-JOGADOR LIGADO A BICHEIROS

Ex-jogador de futebol ligado a bicheiros é peça-chave no governo Witzel

José Carlos - Zé Carlos - Roberto Troca-Letra
José Carlos de Melo, o Zé Carlos
(de camisa cinza), e o bicheiro
Roberto Troca-Letra, em 2019,
durante um evento, em Itaperuna

Na década de 1980, quando era zagueiro do Itaperuna, ele sonhava com uma carreira de sucesso. Mas, dentro de campo, só vestiu a camisa do inexpressivo clube da Região Noroeste do Rio de Janeiro, hoje na Série C do Campeonato Carioca. Pendurou as chuteiras nos anos de 1990 e nunca ganhou um título como profissional do futebol. Mais de 30 anos depois da frustração nos gramados, a grande jogada de José Carlos de Melo foi na política. Pró-reitor administrativo da Universidade Iguaçu (Unig), instituição privada na Baixada Fluminense, Zé Carlos, como é conhecido, tornou-se peça-chave no governo de Wilson Witzel, que enfrenta denúncias de corrupção. Com atuação discreta no poder, o ex-atleta opera nos bastidores e sua influência vai desde indicações a cargos em secretarias e outros órgãos do Palácio Guanabara até intermediações em contratos milionários, segundo apurou VEJA. E não é só: amigo de bicheiros, o empresário é muito procurado por candidatos em campanhas eleitorais para terem seu apoio nas urnas.

Como Zé Carlos de Melo chegou a Wilson Witzel? A resposta está em Nova Iguaçu, onde fica o maior e principal campus da Unig. Nelson Bornier (PSC), ex-prefeito da cidade da Baixada, estreitou os laços do pró-reitor, um amigo de longa data, com o pastor Everaldo Dias Pereira, dono do PSC, partido do governador, e com o braço direito dele, Edson Torres. Segundo relatório da Polícia Federal sobre uma investigação de repasses de recursos do partido envolvendo o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB), preso na Lava Jato, e o ex-ministro Geddel Vieira Lima, ambos do MDB, a dupla Everaldo-Torres é sócia em negócios. Os dois sugeriram o nome do ex-zagueiro a Witzel. O ano era 2018. Azarão naquela disputa pós-gestão Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão, também presos na Lava Jato, o ex-juiz federal, com discurso pelo fim da roubalheira e surfando na onda Bolsonaro, havia acabado de chegar ao segundo turno contra o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), o favorito.

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