25/05/2020

HADDAD DEFENDE IMPEACHMENT, MAS DIZ QUE BOLSONARO É COMPETITIVO EM 2022

Haddad defende o impeachment, diz que Bolsonaro cultiva a ditadura, que o presidente será competitivo em 2022 e que falta comprovação nas acusações de Moro

Haddad diz que Bolsonaro cultiva a ditadura e será competitivo em ...
O ex-ministro da Educação, ex-prefeito de São Paulo e candidato à Presidência em 2018, Fernando Haddad (PT-SP), 57 anos, afirma que o presidente Jair Bolsonaro deverá ser competitivo numa eventual disputa pela reeleição em 2022, caso permaneça no cargo até lá.

Haddad analisa que uma parte da população brasileira simpatiza com regimes autoritários. Essa fatia, que o petista diz acreditar estar ao redor de 20%, identifica-se com Bolsonaro.

O petista deu entrevista ao jornalista Fernando Rodrigues, apresentador do programa Poder em Foco, uma parceria editorial do SBT com o jornal digital Poder360. Por causa da pandemia, Haddad participou por videoconferência.

Na conversa, o ex-ministro também fala sobre a atitude do governo federal ante a crise do coronavírus. Diz que falta comprovação às acusações de Sergio Moro contra o presidente. E afirma que talvez seja necessário dar dinheiro a pequenos empresários para atravessarem a pandemia, numa espécie de versão empresarial do auxílio emergencial de R$ 600 já concedido a pessoas de baixa renda.

Perguntado se o atual presidente da República será competitivo nas eleições de 2020, Haddad responde: “Acredito que sim. Se fizer uma pesquisa no Brasil de quantas pessoas querem a volta da ditadura, vai ver que esse número quase nunca foi inferior a 20%”, afirma o ex-prefeito.

“E o Bolsonaro de alguma maneira representa esse anseio. Quem vota no Bolsonaro de certa maneira tem a esperança de que ele venha a fechar o regime. Fechar o Congresso, cassar a oposição, fechar o Supremo. Acho que existe da parte de 15%, 20% da população uma má-compreensão do que é a democracia”, diz Fernando Haddad.

“Existe 1 contingente de brasileiros que apoia regimes de força. É uma coisa antiga. Se você rememorar nossa história republicana, a quantidade de vezes em que a violência foi adotada para resolver problemas é muito frequente. Tem no imaginário das pessoas a ideia de que a força, a violência, vai resolver os problemas econômicos e sociais do país”, declara o ex-ministro. 

“Eu tenho a convicção de que ele [Bolsonaro] vai exercer o poder absoluto, se puder. Ele não é 1 democrata”, afirma. Em diversas ocasiões Jair Bolsonaro já demonstrou seu apreço pelo regime militar instaurado com o golpe de 1964 e que durou até 1985. “Ele cultiva a ditadura”, afirma Haddad.

O presidente da República tem participado de atos com viés autoritário em Brasília. Ele nega, porém, que queira fechar Congresso ou STF (Supremo Tribunal Federal), alvos contumazes das manifestações.

O partido do ex-prefeito, o PT, aderiu à tese do impeachment do presidente. Assinou pedido na Câmara com outras entidades para retirar Bolsonaro do cargo. Quem decide se o processo anda ou não é Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Casa. No cenário de hoje, é improvável que Maia inicie a tramitação do caso.

“Independentemente de ser possível ou não o impeachment do Bolsonaro, sou plenamente favorável ao afastamento em virtude dos crimes de responsabilidade que ele já cometeu”, diz o ex-ministro.

Para assistir a entrevista completa é só clicar aqui: 


PODER 360

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