Após fugir da Venezuela, transexuais tentam recomeçar vida no Rio e relatam preconceito e agressões
Quatro transexuais venezuelanas que fugiram de seu país em busca de melhores condições de vida conseguiram chegar ao Rio, através de um programa de interiorização do Governo Federal. Duas delas conversaram com o G1 e relembraram as dificuldades pelas quais passaram para recomeçar suas vidas - incluindo casos de agressões e homofobia.
Francis Lombardi, de 28 anos, e Maria Gabriela Hernandez, de 22, se conheceram em Roraima há nove meses e vieram para o Rio juntas. Ambas já foram roubadas, agredidas e vítimas de preconceito desde que chegaram ao Brasil. A mais nova afirmou que foi confundida com uma prostituta quando vivia no Norte do país.
”Teve uma situação muito feia que eu passei lá em Roraima. Lá tinha muito preconceito. Em duas ocasiões, que eu saí na rua e encontrei dois travestis, eles bateram na minha cara, na minha perna, nos meus braços porque elas pensavam que eu também vivia na rua me prostituindo e vendendo meu corpo. Mas isso não era verdade”, contou Gabi, como é conhecida.
Francis Lombardi passou por uma situação parecida, mas quando já estava morando no Rio de Janeiro. Ela contou que três homens abordaram ela, agrediram fisicamente e roubaram seus pertences. A venezuelana teve sua prótese dentária quebrada pelos criminosos.
Depois dos episódios de violência, as quatro trans foram abrigadas na Casa Nem, na Lapa, Zona Norte do Rio. A fundação não tem fins lucrativos e funciona a partir de doações. Lá vivem pessoas de diferentes orientações sexuais e que estão em situação de vulnerabilidade.
E o futuro no Rio?
As quatro transexuais estão frequentando aulas de Português e estão matriculadas em um curso de moda. A Coordenadoria Especial de Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio informou que as quatro foram inscritas no programa Trans+Respeito. Elas estão recebendo assistência social e saúde.
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