Venezuelana foi violentada e queimada antes de ser morta por casal no AM, diz polícia
A Polícia Civil do Amazonas informou que, antes de ser assassinada, a venezuelana Julieta Ines Hernandez Martinez, 38 anos, foi estuprada e teve o corpo queimado. O casal que confessou o crime está preso.
O homem foi na direção de Julieta com uma faca na mão. Era cerca de 1h, na madrugada de 24 de dezembro, e a vítima dormia em uma rede esticada na área da pousada localizada em Presidente Figueiredo (AM).
Artista de circo, Julieta atravessava o Brasil de bicicleta. Saiu do Rio de Janeiro em direção a Puerto Ordaz, na Venezuela, onde sua mãe mora. No caminho, dormia onde era possível.
Na noite do crime, Thiago teria dado uma gravata e jogado a vítima no chão. Na sequência, mandou sua namorada amarrar os pés da viajante.
Deliomara dos Anjos Santos, 29 anos, teria recusado a ideia de roubar o celular, mas obedeceu. O casal também ficou com a bicicleta da venezuelana.
Os dois moravam em uma pousada precária em Presidente Figueiredo, segundo o delegado. Mesmo assim, o estabelecimento recebe pessoas que atravessam a pé ou de bicicleta a BR 174.
Única hóspede naquela noite, Julieta foi arrastada para a cozinha e estuprada. Deliomara disse, no depoimento, que o namorado usou a faca para obrigar a artista a fazer sexo oral nele, segundo a polícia.
Segundo o delegado, existem pontos divergentes nas declarações de ambos, mas os dois confirmam o estupro e a forma violenta como a situação foi interrompida.
Fora de si, Deliomara atirou álcool na artista e no namorado e ateou fogo. A agressora permaneceu na cozinha.
Thiago socorreu Julieta, relatou o delegado.
A ajuda foi passageira, e Thiago aplicou outra gravata na venezuelana. A interrupção na respiração foi tão longa que a artista desmaiou.
O homem saiu para buscar ajuda no hospital de Presidente Figueiredo, contou o delegado.
A artista foi arrastada por cerca de 15 metros e enterrada por Deliomara. O delegado explicou que o corpo foi depositado numa cova rasa. Um amontoado de lixo foi colocado para esconder a terra remexida.
O cadáver estava com as mãos e pés amarrados quando foi desenterrado. O estado avançado de decomposição não permitiu identificar se havia sinais de queimadura.
O delegado acrescenta que aguarda a perícia para saber o momento da morte.
Como foi a investigação
Sem notícias de Julieta desde 23 de dezembro, amigos e familiares ficaram preocupados. A polícia foi acionada, e fotos dela passaram a ser publicadas na imprensa local e nacional.
Investigadores visitaram as pousadas da cidade. Estiveram no local onde vive o casal, mas a única informação obtida era de que ela passou por lá no dia 23 de dezembro.
A informação crucial para desvendar o caso surgiu na última sexta-feira. Um homem passava pelo local, na volta do trabalho, e desconfiou que o quadro da bicicleta jogado no meio do mato era parecido com o que vira nos jornais sendo da venezuelana.
O trabalhador avisou a Guarda Municipal, e a denúncia chegou ao delegado Valdnei Silva.
Questionado sobre a situação, o casal caiu em contradição e confessou o crime. Os dois levaram os policiais ao ponto onde Julieta estava enterrada. Também mostraram que havia mais objetos dela perto do quadro da bicicleta.
Com informações de UOL
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