01/04/2023

OS QUINTOS

O Quinto da Salvação ou o Quinto dos Infernos?

“O pior cego é o que não quer ver”, esse velho ditado cai perfeitamente no Estado do Rio Grande do Norte atual.

Estradas esburacadas, infraestrutura dificultando o ir e vir da população e do setor produtivo, sensação constante de insegurança e não me refiro apenas aos fatos recentes, onde o poder paralelo demonstrou força e pôs o poder formal em situação delicada, provocando um verdadeiro “estado de Sítio”.

O Governo do RN, não obstante a qualquer aumento de arrecadação ou de repasse federal, tem gastado mal, chegando até a devolver recursos federais por não apresentar plano de investimentos na Segurança Pública.

A ineficácia da educação pública, que diga-se de passagem, desde a pandemia, tem suco comum escolas sucateadas e aulas para inglês ver. Por sinal, muitos adolescentes recrutados pelo crime tiveram um cenário perfeito para adentrarem à essa rotina. Sem aulas, quadras, locais para a prática de esportes e outras atividades lúdicas, ficaram ainda mais vulneráveis. Os sucessivos casos de não repasse de valores dos consignados aos bancos, ou seja, dinheiro descontado do servidor e não repassado ao banco, gerando inclusive juros maiores por aumentar o risco de calote. Isso é gravíssimo.

Como é que a sociedade enxerga isso?

Como é que as entidades que representam as empresas e empreendedores enxergam isso?

O que o Governo diz disso tudo?

O Governo do RN cortou gastos e adotou uma maior austeridade?

Não, o que se vê é o aumento do ICMS a partir deste sábado (01/04), agora para 20%.

É como se a sociedade premiasse a incompetência do Governo. Uma espécie de vale que pode amanhã se transformar em 22, 24, 26%…

20% é exatamente um quinto, um quinto do que você comprar é repassado para o ESTADO.

Fosse só esse imposto até seria aceitável, mas ainda se paga IPI, IRPF, IPTU, IPVA, ISS, etc.

Diante de um cenário tão desafiador, a sociedade precisa de apoio e não de mais impostos, até porque não se tem a percepção do retorno dos mesmos há tempos

Será que anunciarão também uma “Derrama” como em Minas no século XVIII?

Quero estar enganado e torço sinceramente para que o dinheiro do “quinto” seja um alavancador de investimentos e desenvolvimento para o Estado do RN, até porque se não for assim, estaremos dando mais um passo para mandarmos a nossa economia para o Quinto dos Infernos.


François Fernandes é Professor de História e Administrador

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