29/01/2023

ATÉ QUANDO ESSA TAL DE 'CALOURADA' VAI PERSISTIR NAS UNIVERSIDADES?

Aluna de Universidade Federal do Nordeste morre após ser estuprada e ter pescoço quebrado em calourada

A estudante de jornalismo da UFPI (Universidade Federal do Piauí) Janaína da Silva Bezerra, de 21 anos, morreu ontem após ter sido estuprada e ter tido o pescoço quebrado, segundo a polícia.

O crime ocorreu durante uma calourada em um prédio da instituição, em Teresina. Um homem de 29 anos que estava com a vítima foi preso suspeito de feminicídio e estupro.

Um laudo do Instituto de Medicina Legal do Piauí apontou indícios de violência sexual contra Janaína e que a causa da morte foi um "trauma raquimedular [lesão na medula] por ação contundente".

O diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Francisco Baretta, afirmou que houve estupro.

Segundo o laudo, houve uma contusão na coluna vertebral, o que causou a lesão da medula espinhal e a morte. A lesão pode ter sido causada por pancada, que teria torcido ou traumatizado a coluna vertebral, conforme a médica legista.

Uma das possibilidades investigadas é a ação das mãos no pescoço da vítima "com intuito de matar ou fazer asfixia, queda, luta".
Suspeito diz que houve sexo 'consensual'

Em depoimento à Polícia Civil, o suspeito, que é aluno de mestrado em matemática na universidade, afirmou que conhecia a vítima e que teriam "ficado" em outras ocasiões.

Segundo a polícia, ele disse ainda que ambos estavam em uma calourada na UFPI e que, por volta das 2 horas da madrugada, teria convidado a jovem para ir a um corredor. Em seguida, foram a uma das salas de aula onde, segundo depoimento do suspeito, "praticaram sexo consensual e que, após a prática sexual, a vítima teria ficado desacordada".

Ele alega que permaneceu ao lado do corpo da vítima durante a madrugada e solicitou socorro à segurança da universidade por volta das 9 horas, que conduziu a vítima ao Hospital da Primavera, onde foi constatada a morte.

A Polícia Civil pediu a prisão preventiva do suspeito. Segundo o DHPP, o inquérito policial será concluído em até dez dias.
Festa não tinha autorização, diz universidade

A UFPI lamentou o fato e informou que o evento não tinha autorização para ocorrer. A universidade disse, ainda, que o reitor determinou a instauração de um processo administrativo para a apuração dos fatos.

Segundo a UFPI, a festa ocorreu "sem a autorização de qualquer autoridade da universidade, na área do DCE (Diretório Central dos Estudantes)".

A universidade disse ainda que "desaprova quaisquer eventos que coloquem em risco a comunidade acadêmica e preza pela segurança e bem-estar de estudantes".

Segundo a universidade, a coordenadoria de segurança e vigilância encontrou a jovem desacordada nas imediações da sede do DCE. Ela foi levada por uma equipe de seguranças para o Hospital da Primavera.

Todas as providências para colaborar com as investigações das autoridades policiais, como o isolamento da referida área do câmpus e boletim de ocorrência foram adotadas pela UFPI
Nota da universidade

A universidade disse ainda que está levantando todas as imagens de câmeras de segurança para a investigação. E afirmou que repudia "violência cometida contra a aluna". Segundo a UFPI, o ato violento "também agride cada uma das mulheres que integram a comunidade ufpiana".

As atividades acadêmicas e administrativas no câmpus de Teresina foram suspensas nesta segunda-feira.

Uol

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