26/11/2022

DOIDEIRA: NO CATAR OS ESTÁDIOS ESTÃO RECEBENDO PÚBLICO MAIOR QUE A CAPACIDADE OFICIAL

Fifa divulga dados de público maiores que capacidade dos estádios

Deu no álbum da Copa: dos 8 estádios dedicados à competição, 6 têm capacidade para 40 mil pessoas; o Al Bayt, palco da cerimônia de abertura e do primeiro jogo, para 60 mil; e o Lusail, que receberá a final, é o maior deles e comporta 80 mil torcedores.

No entanto, foi só começar a competição para as súmulas oficiais disponibilizadas no site da Fifa apresentarem um espetáculo do crescimento nas lotações. De acordo com a organização do Mundial, a primeira partida da Copa, no domingo 20 -Catar 0 x 2 Equador-, foi assistida por 67.372 pessoas, cerca de 12% acima da capacidade original do estádio Al Bayt.

No dia seguinte, a Inglaterra massacrou os iranianos por 6 a 2, com show de Saka testemunhado por 45.334 torcedores no estádio internacional Khalifa, pouco mais de 13% além dos 40 mil.

A estreia do Brasil no gigante Lusail recebeu oficialmente 88.103 torcedores, maior público do Mundial na primeira rodada -91 a mais que na derrota da Argentina diante da Arábia Saudita.

Com a realização dos dois jogos do Grupo H e o fim da primeira rodada, apenas três partidas tiveram público abaixo da capacidade originalmente divulgada: o empate de 0 a 0 entre Marrocos e Croácia, para 59.407 pessoas, no Al Bayt; mais um 0 a 0, em México x Polônia, quando 39.369 torcedores tiveram o privilégio de ver Lewandowski perder um pênalti, no Estádio 974; e a vitória magra da Suíça contra Camarões, para 39.089 pessoas, no Al Janoub.

Os números inflados geraram questionamentos à Fifa, que postou em suas redes sociais uma nova lotação para cada uma das arenas da Copa com uma precisão cirúrgica.

O Lusail, por exemplo, teve a capacidade revisada para exatos 88.966, nenhum a mais, nenhum a menos. Na nova conta divulgada pela entidade, todas as oito arenas ganharam mais de 10% de capacidade. Os que mais cresceram percentualmente foram o Al Bayt, que pulou para 68.895, e o Internacional Khalifa, que agora comporta 45.857, ambos com mais de 14% de reajuste.

Em nota oficial, a Fifa disse que “os números de capacidade para o torneio foram finalizados depois que todos os arranjos operacionais foram feitos, desde o mapa final de assentos até a infraestrutura temporária para acomodar mídia, emissoras e convidados.”

Mas há outra questão que a Fifa ainda não conseguiu explicar. Mesmo com as capacidades revistas, os públicos parecem muito diferente do que se vê nas transmissões, com estádios cheios de espaços não ocupados.

Com o fim da primeira rodada, a Fifa divulgou que “a média geral de comparecimento às partidas é de impressionantes 94%.”

Apesar dos números oficiais, é possível ver muitos lugares disponíveis em vários jogos. “A partida entre Camarões e Suíça [público oficial de 39.089] chamou muito a atenção de quem estava presente. Os buracos nas arquibancadas eram enormes e, na melhor das hipóteses, o estádio tinha metade da lotação ocupada”, conta Alex Sabino, repórter do jornal Folha de S.Paulo presente no Catar. Com a capacidade revista, o Al Janoub pode receber 44.325. Ou seja, deveria estar quase lotado.

Outra partida que chamou a atenção pelos grandes buracos foi Holanda e Senegal, apesar do registro de mais de 90% de ocupação.

Os números que a entidade divulga para lotação de cada jogo estão relacionados aos ingressos vendidos, como acontece em outros eventos esportivos.

Portanto, a explicação mais simples é a de que torcedores que compraram ingressos não entraram no estádio. Também pode haver relação com espaços destinados a patrocinadores e convidados, que decidiram não comparecer.

De acordo com a entidade, os qatarianos foram os maiores compradores de ingressos para o torneio, com 947.046 tíquetes. O segundo colocado nesta lista são os americanos, com número bem inferior, 146.616, seguidos pelos sauditas, único país que faz fronteira com o Catar, com 123.228. Só os três têm números acima de cem mil. O Brasil é o nono deste ranking, com 39.546 ingressos comprados -não dá para encher um estádio.

Folhapress

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