22/08/2022

PANTANAL: CONHEÇA A HISTÓRIA DO BEBÊ-DIABO DA VIDA REAL

Filho do cramulhão? Bebê-diabo da vida real agitou ABC paulista

Os últimos capítulos da novela Pantanal (TV Globo) trouxeram de volta à tona um famoso caso ocorrido em São Paulo e que é lembrado até hoje: o bebê-diabo.

Na trama, o filho que Irma (Camila Morgado) está esperando de Trindade (Gabriel Sater) deve nascer com traços de Lúcifer. Mas realmente existiu algum bebê-diabo no Brasil?

Bebê-diabo do ABC

O ano era 1975 e o caso de bebê-diabo virou notícia no dia 11 de maio daquele ano, no jornal Notícias Populares, que estampou na capa a manchete "Nasceu o bebê-diabo em São Paulo".

A matéria falava de uma criança com supostos poderes sobrenaturais que nasceu em São Bernardo do Campo (SP), que tinha chifres e um rabo. Segundo o jornal, a criança teria causado "correria e pânico por parte de enfermeiras e médicos" e até ameaçado de morte a própria mãe.

A notícia foi tão impactante que somente oito exemplares sobraram nas bancas. O restante esgotou.

Com o 'sucesso' da história do bebê-diabo, o jornal seguiu repercutindo o assunto por outras 21 edições, trazendo a opinião e o testemunho de supostos padres, médicos, feiticeiros e até taxistas. Todos diziam ter visto o bebê, que também falava e ameaçava as pessoas.

Mas o bebê-diabo não era tão real assim

De acordo com o livro 'Espreme Que Sai Sangue: Um Estudo do Sensacionalismo na Imprensa', de Danilo Angrimani, essa foi mais uma das histórias super exageradas do Notícias Populares, que já era famoso pelo sensacionalismo.

A história real era que, de fato, um bebê nasceu na maternidade de São Bernardo do Campo, com pequenas saliências na testa e um prolongamento do cóccix, provavelmente causado por uma doença chamada mielomeningocele.

Ainda segundo o livro, o repórter Marco Antônio Montadon, da Folha de S.Paulo, foi ao ABC e confirmou o relato de que havia nascido uma criança com tais malformações, só que ainda na maternidade foi realizada uma cirurgia de correção.

O repórter levou o caso até a redação com base nos fatos, mas a direção do jornal achou melhor distorcer 'um pouco' o ocorrido para tratar o caso como sobrenatural. Fato é que a matéria foi um sucesso de vendas e até hoje a história do bebê-diabo é lembrada.

UOL

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