Entenda as diferenças entre os apps Telegram e WhatsApp
O número praticamente ilimitado de participantes em grupos no Telegram e o uso de ferramentas de programação aberta estão entre as principais diferenças da plataforma em relação a concorrentes como o WhatsApp. Ainda, a falta de representação no Brasil e a ausência de mecanismos que coíbam desinformação colocaram o aplicativo no centro da discussão sobre as eleições deste ano no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Para o diretor do InternetLab, Francisco Brito Cruz, o Telegram é um aplicativo que tem funções que se assemelham mais às de uma rede social e a outras que estão mais próximas a mensageria privada, o que o diferencia dos similares.
– Eu diria que ele é quase um “anfíbio”, metade com a criptografia de mensagens e metade com seus canais abertos e grupos, que podem abrigar centenas de milhares de pessoas – afirmou.
Pesquisadora do departamento de Comunicação e Mídia da Universidade de Liverpool, Patrícia Rossini também elenca como principais particularidades do uso do Telegram a facilidade de disseminação de informações e funcionalidades de API (código) aberto que permitem, por exemplo, a criação de contas automatizadas.
Telegram e WhatsApp têm criptografia ponta a ponta como funcionalidade de segurança, mas o aplicativo russo também possui chats secretos, que facilitam conversas reservadas. Segundo especialistas, a plataforma têm regras mais flexíveis de uso.
Enquanto o WhatsApp tem um teto de 256 pessoas por grupo, o Telegram permite 200 mil, além de criar canais exclusivos de transmissão. Estes canais têm número ilimitado de participantes.
Na esteira, a empresa não tem mecanismos reguladores de distribuição. O WhatsApp limita o número de pessoas para as quais uma mensagem pode ser retransmitida ao mesmo tempo, e marca como “encaminhada com frequência” quando há grande circulação.
Em seu site oficial, o Telegram apresenta um tópico chamado “qual a diferença do Telegram para o WhatsApp?”. Nele, a plataforma lista, por exemplo, a capacidade de desenvolvedores criarem programas dentro do próprio aplicativo como principal ponto.
Também no site, a empresa oferece um prêmio de 300 mil dólares para quem conseguir decifrar as mensagens do aplicativo.
SUSPENSÃO
Para reverter a suspensão ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, o Telegram vai ter que excluir post de Bolsonaro contra urnas eletrônicas, pagar multas e indicar representação oficial no país.
Em resposta à decisão, o fundador do Telegram, Pavel Durov, pediu que a Corte considere adiar a suspensão para que o Telegram possa nomear um representante no Brasil e “estabelecer uma estrutura para reagir a futuras questões urgentes como esta de maneira acelerada”.
OUTROS APLICATIVOS
Na disputa presidencial de 2018, o WhatsApp ganhou protagonismo ao ser usado para a divulgação de mensagens e também boatos. Na ocasião, a empresa admitiu que registrou a atuação de grupos privados no disparo massivo de mensagens.
O chamado impulsionamento de conteúdo é permitido pela legislação eleitoral, mas seu uso deve ser identificado como tal e contratado apenas por partidos e coligações diretamente com as plataformas de redes sociais.
Já o Facebook foi tomado como problema central nas eleições americanas de 2016, após a imprensa divulgar que os dados de usuários fomentaram o banco de informações da firma britânica de marketing político Cambrigde Analítica. Agora, junto ao Instagram, a plataforma possui um projeto de verificação de notícias, que procura diminuir o alcance de informações falsas.
Em meio à pressão dos usuários, o Twitter também anunciou um botão que propõe regular desinformação. A iniciativa aconteceu durante a pandemia da Covid-19.
Com funcionalidades diferentes, outras plataformas também são usadas para trocas de mensagens, como o Discord, o Signal, o Messenger, o Hangouts, o Skype e o Vibe.
Com informações da AE
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