10/12/2021

RS: EX-DONOS DA BOATE KISS E INTEGRANTES DE BANDA SÃO CONDENADOS PELO JURI A ATÉ 22 ANOS DE PRISÃO

Júri condena ex-donos da Boate Kiss e integrantes de banda a até 22 anos por morte de 242 pessoas

Os quatro réus da boate Kiss foram condenados nesta sexta-feira por homicídio. No décimo dia de julgamento, os juradores concordaram com o pedido do Ministério Público de que os réus assumiram o risco de cometer uma tragédia, o chamado dolo eventual.

Elissandro Spohr, o Kiko, um dos sócios da boate, foi condenado a 22 anos e seis meses. Mauro Hoffmann, outro sócio, a 19 anos e seis meses. Os dois integrantes da banda, Marcelo dos Santos e Luciano Bonilha, a 18 anos cada um. As penas devem começar a ser cumpridas de imediato.

O juiz Orlando Faccini Neto afirmou que culpabilidade dos réus é elevada, mesmo se tratando de dolo eventual.

Segundo ele, quem por um minuto se colocar no momento dos fatos, com gritos e escuridão, estará diante do horror. Segundo ele, é desfavorável aos réus o comportamento que tiveram após o incêndio, já que muitas das vitimas morreram depois de voltar para salvar da morte quem ainda estava dentro da boate – algo que os acusados não fizeram.

Choro de parentes, desculpas de réu e carta psicografada: relembre como foi o julgamento da tragédia da boate Kiss

Um incêndio durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira em janeiro de 2013 causou a morte de 242 pessoas e deixou 636 feridos.

Foram condenados os ex-sócios Elissandro Sphor e Mauro Londeiro Hoffmann; Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira; Luciano Bonilha, auxiliar da banda Gurizada Fandangueira Marcelo

O juiz Orlando Facchini Neto disse que o dolo eventual foi intenso, e que isso deve se refletir na pena.

— No caso de perda de entes, a pena deve comunicar o grau de respeito às familias da vítima que lhe devota o Estado — afirmou o juiz.

O resultado foi lido no fim da tarde, depois que os jurados, seis homens e uma mulher, se reuniram por 1h30 para deliberar sobre a sentença.

Em dez dias, o júri do caso que ficou marcado como “tragédia de Santa Maria” teve momentos marcantes, com choro de sobreviventes, resignação de réus a uma eventual condenação e a rememoração do incêndio que deixou 242 mortos e 636 feridos em janeiro de 2013.

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