29/12/2021

ALERTA: PRODUTOS QUE NÃO EXISTEM SÃO VENDIDOS EM NOVO GOLPE NO INSTAGRAM

Novo golpe no Instagram conta com invasão de contas para venda de produtos que não existe

Ofertas de eletrodomésticos e móveis usados com preços atrativos, anunciadas em contas de conhecidos, amigos, primos. A falsa segurança é campo fértil para desavisados, vítimas de golpe elaborado com ajuda de engenharia social. O motivo da venda é divulgado como se um suposto amigo ou vizinho estivesse de mudança e precisasse se desfazer de seus itens, o que faz a mentira mais crível. É dessa forma que muitas pessoas realizam a compra por meio de transferência Pix, mediada pela própria rede social, e nunca recebem o produto. O dono do perfil onde foi feito o anúncio também não tem mais acesso à conta.

Esse foi o caso da advogada curraisnovense Thaisa Pontes, que teve sua conta do Instagram hackeada por meio de acesso com o Facebook. Como ela tinha sua conta vinculada a um e-mail que ela não acompanha, não teve como saber de imediato sobre a fraude. Com alguns minutos, mudaram a senha dela e apagaram seu e-mail de redefinição de senha. Nos stories, anúncios de lava e seca por R$ 600, diferença de pelo menos R$ 2 mil dos preços médios apontados em busca rápida na internet, atraíram a atenção de seguidores.

Felizmente, Thaisa foi rápida em descobrir a fraude. Por volta das 15h da tarde desta segunda-feira (27), ela tentou entrar em sua conta do Instagram e não teve sucesso. Tentou redefinir sua senha, mas percebeu que tanto a opção para enviar confirmação por e-mail quanto para número de telefone não tinham as suas informações verdadeiras vinculadas. “Tentei redefinir a senha, pedi para mandar um SMS e o número não era o meu. Tentei o e-mail, que também não era o meu. Aí vi que tinha alguma coisa errada”, explicou.

Cerca de dez minutos depois, as postagens com anúncios das ofertas começaram a aparecer nos stories do seu perfil, e as pessoas foram entrando em contato com a advogada. “Muita gente entrou em contato pelo WhatsApp, começou a me ligar, perguntando se era eu. Aí fiz uma lista de transmissão [pelo aplicativo de mensagens] para o pessoal que me seguia, avisando que não era eu”.

O hacker chegou a criar um e-mail contendo o nome da natural de Currais Novos, que dava para uma conta em banco também em seu nome. O golpe elaborado faria mais fácil acreditar na procedência do Pix. Mas, como Thaisa divulgou às pessoas mais próximas, usando também das contas de suas primas, que têm muitos seguidores em comum, não é conhecida nenhuma vítima do golpe em seu Instagram.

O desfecho não foi o mesmo com a fraude na conta da dermatologista Graça Fernandes, que ficou as 24 horas com ofertas impressionantes nos stories. Um anúncio de uma televisão de 20 polegadas em seu perfil no Instagram fisgou a administradora de supermercados Naide Lopes. A conversa por mensagens diretas do aplicativo não surtiu receios. Segundo ela, “a conversa era normal, conversei sobre a família dela, perguntei sobre a filha, o filho, o irmão. Eles [os criminosos] sabiam da vida toda dela”. Naide se diz “arrasada, agi pela emoção”, após ter feito a transferência Pix no valor de R$ 700 ao hacker.

Instagram

O Instagram afirmou em nota que “faz uso de sistemas sofisticados para detectar e impedir a ação de indivíduos mal intencionados antes que eles obtenham acesso a contas e disponibiliza recursos de segurança para ajudar a proteger os usuários”. Além disso, a empresa reforçou a importância de desconfiar de publicações que oferecem bens e serviços por preços baixos e orientou os usuários “que denunciem através do aplicativo publicações e contas que considerarem suspeitas”.

Dicas

Rodrigo Jorge, especialista em segurança digital, dá algumas orientações para evitar ser alvo deste tipo de fraudes. Segundo ele, é essencial ter senhas fortes e complexas, ou seja, que envolvam letras, números, dígitos especiais e em caixa alta e baixa. Além disso, é preciso ativar o segundo fator de autenticação, disponível em diversos sites e redes sociais. O especialista indica que a segurança é redobrada e não depende apenas da senha principal. De acordo com ele, o trabalho do hacker “fica mais difícil, porque ele [o site] pede para confirmar com um SMS, um token ou um PIN”.

Outra dica que Jorge dá é evitar a reutilização de senhas. “As pessoas acabam usando a mesma senha para vários serviços diferentes, e aí se algum dia algum desses serviços tem as credenciais vazadas, o criminoso tenta usar aquela mesma senha em várias redes sociais”, o que pode facilitar o golpe em outros meios.

O profissional de segurança digital faz orientação de evitar realizar compras através de redes sociais, já que existem plataformas específicas para esse tipo de transação. Com relação ao fato de oferecimentos propostos por pessoas conhecidas e “de confiança”, a dica é fazer a confirmação da veracidade da oferta por outro meio, alternando a rede social, ou mesmo fazendo ligação ou mensagem de voz.

TN

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