05/10/2021

JEEESUUUS: DIRETORA ADJUNTA DA OMS DIZ QUE 'VAI TER UMA NOVA PANDEMIA'

‘Vai ter uma nova pandemia’, diz diretora adjunta da OMS

Mariângela Simão teve notório trabalho junto das Nações Unidas para combater a AIDS e, desde 2017, é diretora-adjunta da área de medicamentos e produtos de saúde da Organização Mundial de Saúde

A sanitarista formada pela Universidade Federal do Paraná afirmou que uma nova pandemia irá acontecer e, talvez, em breve. “Vai ter uma próxima pandemia. Isso é uma coisa que a gente já sabe e que é inevitável. É uma questão de quando vai acontecer”, disse Simão em entrevista à RFI.

Ela avaliou que a covid-19 deve servir para uma colaboração multilateral para o combate às próximas pandemias, com uma coordenação global para reunir esforços em prol da saúde humana.

“Essa pandemia, depois da gripe espanhola, foi a mais impactante e é também uma constatação: acho que o mundo precisa acordar porque a gente vê que não foram apenas os países em desenvolvimento que fora afetados. Afetou o mundo todo, ninguém estava preparado. A Assembleia Mundial de Saúde agora em novembro estará discutindo a possibilidade de desenvolver um tratado para pandemias”, afirmou Simão.

De onde virá a nova pandemia?

A pandemia de covid-19 foi um grande choque para a humanidade. Enquanto a vacinação acelera de forma lenta para os países em desenvolvimento do planeta – segundo o Centro Africano para Controle e Prevenção de Doenças, apenas 3,5% da população dos países de África está completamente vacinada -, o primeiro mundo começa a enxergar uma luz no fim do túnel para a doença.

Uma nova pandemia, ainda mais fatal, pode surgir e em breve

O Sars-Cov-2 infectou mais de 219 milhões de pessoas no mundo e causou 4,5 milhões de mortes em todo o planeta. Entretanto, cientistas calculam que existem outros vírus com potencial pandêmico que podem ser ainda mais devastadores para nossa saúde do que o nem tão novo coronavírus.

Novas cepas de gripe suína, outras variantes da covid-19 que escapem da imunização das vacinas, volta da MERS ou o surgimento de uma gripe aviária transmissível entre humanos são alguns dos eventos sanitários que podem ter efeitos devastadores no mundo: com a economia extremamente globalizada e índices de densidade demográfica crescentes ao redor do planeta, o controle de uma futura pandemia se torna cada vez mais difícil com o passar dos anos.

Além disso, a crescente demanda por proteína animal – o consumo de carne está relacionado a 70% das novas doenças encontradas na humanidade – catalisa o surgimento de novos vírus.

“Quando superlotamos fazendas com milhares de animais no espaço de um campo de futebol, que ficam com pata ao lado de pato, além do stress que permeia seus corpos e derruba o seu sistema imunológico, há amônia destruindo os seus pulmões e uma falta de ar fresco e luz do sol: todos esses fatores juntos são o caminho certo para quem deseja criar uma epidemia rapidamente”, disse Michael Greger, biólogo e escritor de “Gripe Aviária: Um Vírus com a Nossa Culpa”, à VOX.

Outro fator para o surgimento de novos é também o degelo de geleiras que podem abrigar vírus e bactérias que estavam congelados há milhões de anos.

“A ideia de que uma bactéria pode sobreviver muito tempo já é definitiva. A pergunta é: por quanto tempo?1 milhão de anos? Meio milhão? 50 mil anos? Existe uma dezena de artigos científicos que confirmam: sim, há evidências de que as bactérias do permafrost podem voltar à vida.”, afirma Jean Michel Claverie, um virologista da Universidade de Aix-Mairselle ao Greenpeace. co: “Se um desses vírus entrar em contato com um hospedeiro, ele vai ser reativado. Então, se você colocar seres humanos em lugares de permafrosts, esses seres humanos podem ser infectados, retransmitir os vírus e começar uma nova pandemia.”, completa.

O médico da USP e professor da FGV, Eduardo Massad, acredita que a epidemia global de Sars-Cov-2 é apenas um ensaio para o futuro. “A Grande Epidemia seria uma pandemia de proporções catastróficas que poderia matar algo como 2 bilhões de pessoas no mundo em um ano. Ela causaria uma queda significativa na expectativa de vida da humanidade: da média atual de 72 anos para aproximadamente 58 anos. Essa possibilidade existe e se baseia, em parte, em eventos históricos como a peste bubônica”, afirmou o professor à BBC no ano passado.

“Acredito que estejamos vendo essas crises de saúde mais frequentemente por fatores como aquecimento global, migração populacional, comércio internacional e turismo ainda maior. Esses fenômenos contribuem para a rapidez para as quais as epidemias estão aparecendo. Desde a Gripe Espanhola, vimos o HIV, a febre de Nipah, a Chicungunha, SARS, MERS. Eu acompanhei ao menos 15 pandemias em potencial”, completou.

msn

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