Gilmar não vai analisar pedidos, e templos seguirão fechados na Páscoa
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, não deverá se manifestar sobre os dois pedidos que caíram sob sua responsabilidade, feitos pela Advocacia Geral da União e pela Procuradoria Geral da República, para que templos e igrejas tenham autorização para realizar cultos e missas na Páscoa.
A tendência é que Gilmar não profira nenhuma decisão, nem concedendo nem negando. A questão é considerada no STF superada pelo fato de a própria corte já ter definido, em mais de uma ocasião, numa delas por unanimidade de seus 11 integrantes, que cabe aos Estados tomar decisões a respeito de restrições ao funcionamento de atividades durante a pandemia.
Além disso, o momento agudo da pandemia, com quase 4.000 mortos por dia em alguns dias da última semana, não recomendam, do ponto de vista da ciência, a autorização para que igrejas e templos promovam aglomerações que podem colocar os fiéis em risco de contágio coletivo, colapsando ainda mais os hospitais.
Os ministros têm se mostrado muito preocupados com a gravidade da pandemia de covid-19, o que torna praticamente impossível que adotem medidas contra o distanciamento social, como chegou a instar Jair Bolsonaro na live desta quinta-feira, em que voltou a comparar as medidas sanitárias de forma absolutamente mentirosa ao instituto constitucional e excepcionalíssimo do estado de sítio.
No STF, o pedido da PGR e da AGU é visto como uma tentativa de Augusto Aras e André Mendonça promoverem uma corrida entre si pelo apoio dos evangélicos para a indicação à vaga de Marco Aurélio Mello na corte, em julho.
Bolsonaro já manifestou a intenção de designar alguém "terrivelmente evangélico" para a cadeira do decano. Mendonça tem mostrado disposição de topar tudo pela indicação, inclusive zanzar de uma pasta para outra ao sabor da conveniência de Bolsonaro.
O Globo
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