Cuba desafia EUA com bandeira de concreto diante de embaixada
Um monumento de concreto de vários metros de altura representando a bandeira de Cuba foi erguido nesta semana em frente à Embaixada dos Estados Unidos em Havana. A iniciativa provocou críticas por suas deficiências estruturais e pelo gasto de recursos em um momento de grave crise econômica no país caribenho.
A nova construção, que não foi oficialmente anunciada ou mesmo inaugurada, é interpretada como uma alegação de soberania, após o governo dos EUA, então sob a presidência de Donald Trump, ter apertado o embargo a Cuba e incluído o país em sua lista de patrocinadores do terrorismo.
A estrutura, montada em frente à legação americana, no centro de Havana, consiste em três enormes colunas de concreto coroadas por um triângulo com uma estrela, representando a bandeira cubana em posição vertical.
Ela está localizada na famosa e parcialmente desmontada Tribuna Anti-imperialista, um auditório ao ar livre construído durante o governo de Fidel Castro para realizar protestos em massa contra os Estados Unidos.
Embora a tribuna tenha sido inaugurada com grande alarde em abril do ano 2000, durante a crise envolvendo o “menino da balsa”, Elián González, a nova bandeira cubana de concreto foi erguida sem qualquer publicidade, ao ponto que seu nome, autor ou características técnicas são desconhecidos.
Desde 2019, a Tribuna Anti-imperialista está sofrendo remodelações, um processo que incluiu o desmantelamento da chamada “floresta de bandeiras”, 138 enormes mastros com as respectivas bandeiras onduladas colocadas em 2006 e que no momento da sua retirada estavam em um estado avançado de degradação.
Este conjunto foi acrescentado em 2006 em resposta à instalação, na fachada da então Seção de Interesses (agora embaixada) dos EUA, de um painel eletrônico no qual eram publicadas mensagens políticas consideradas subversivas pelo governo da ilha.
Apesar de ter sido lançado recentemente, o monumento da bandeira apresenta alguns defeitos, e uma das colunas é muito curta, revelando uma lacuna entre ela e o revestimento superior, o que tem gerado críticas e ridicularização nas redes sociais.
– O que essa coisa ridícula pode oferecer à arte monumental cubana? Muito pouco. Nada, na verdade, além de zombaria – escreveu o crítico de arte Maikel Rodríguez.
Ele se pronunciou por meio do Facebook, dizendo-se “cansado” de se acostumar com “a vulgaridade, as propostas estéticas emergentes, apressadas, medíocres”.
Além de questionar a estética do monumento, muitos internautas também consideram inadequado o gasto de concreto e outros recursos na nova estrutura, visto que o país passa por uma das piores crises econômicas em sua história recente enquanto enfrenta a pandemia de Covid-19. Quase todos os produtos, incluindo materiais de construção, estão em falta.
Com informações da Agência EFE
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