22/03/2021

SE ÁLCOOL COMBATE O VÍRUS, POR QUE NÃO SURGIU REMÉDIO CONTRA COVID?

Essa é uma boa pergunta

Em um corredor de supermercado, diante da prateleira com potes de álcool em gel, a menina pergunta, intrigada: "Se o álcool e o sabão matam o coronavírus fora do corpo, por que não se consegue encontrar um remédio que mata o coronavírus dentro do corpo?"

A pergunta, ingênua, carrega, no entanto, doses da ansiedade humana em desvendar o desconhecido e logo transformá-lo em descoberta. Algo muito comum no imaginário das crianças. E também dos cientistas.

A questão é que, mais amadurecido diante dos mistérios, o cientista aprendeu que há todo um caminho por trás das aparências, que até pode ter como alicerce a imaginação, mas que precisa fazer da hipótese uma confirmação.

E, em um momento de emergência, como o da busca por um remédio que combata o novo coronavírus, para enfim controlar a atual pandemia, a ansiedade fica mais latente. Mas ela necessita do suporte do laboratório, em um trabalho que leve em conta as diferenças do combate ao vírus dentro e fora do organismo, conforme explica o consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, Hélio Arthur Bacha.

"Não se trata de trabalhar com cultura de células, mas com o organismo humano, com um corpo e reações. Uma coisa é neutralizar uma cultura de células fora do organismo, outra é buscar uma terapia dinâmica em um ser vivo, que a combata dentro do corpo. O álcool e o sabão agem no RNA do vírus fora do corpo. A ação de um medicamento não é só contra o vírus, é dentro de um sistema complexo, onde o vírus se multiplicou, envolve hormônios, produção de anticorpos que dão um tipo de resposta, é um complexo de produtos biológicos", diz.

Para ele, este tipo de pergunta, aparentemente pueril, pode mesmo levar a pensamentos ludibriados pela própria ansiedade. E baseados em fórmulas simplistas.

"O vírus se multiplica dentro da célula, uma coisa é a desnaturação do vírus na superfície, outra é dentro da célula. Não podemos nos basear na chamada medicina de conhecimento positivo, fora da clínica, mas sim naquela baseada em evidências. Há 100 anos a medicina abandonou esse tipo de prática. Antes se fazia medicina baseada em teoria fora da clínica, mas isso mudou e agora ela é feita com base na evidência", ressalta Bacha.

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