Edir Macedo pede ao STF para retomar processo contra Haddad
O fundador e líder da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, entrou nesta quarta-feira (18) com uma reclamação no STF (Supremo Tribunal Federal) para a retomada do julgamento da ação contra o ex-prefeito de São Paulo e ex-candidato a presidente Fernando Haddad, depois de ter sido chamado de "charlatão" em uma coletiva de imprensa durante a campanha para as Eleições de 2018.
Macedo entrou com a reclamação pouco mais de duas semanas depois que o ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Sebastião Reis Júnior, aceitou o habeas corpus pedido por Fernando Haddad e determinou o trancamento da ação penal. Os autos da reclamação foram distribuídos ao ministro do STF, Edson Fachin.
Na decisão, o ministro considerou que Haddad não ofendeu a honra de Macedo, mas sim criticava o então candidato Jair Bolsonaro, com a “utilização de figuras de linguagem para manifestar o que acreditava serem características de seu então opositor na campanha eleitoral”. A decisão veio em consonância com parecer do MPF (Ministério Público Federal), que também pediu pelo trancamento da ação.
No dia 13 de outubro daquele ano, o candidato do PT (Partido dos Trabalhadores) participava de uma missa. Em coletiva de imprensa, ele criticou seu rival, Bolsonaro. “Vou dizer pra vocês o que é o Bolsonaro. Ele é o casamento do neo-liberalismo desalmado representado pelo Paulo Guedes, que corta direitos trabalhistas e sociais, com o fundamentalismo charlatão do Edir Macedo. Isso que é o Bolsonaro".
“Sabe o que está por trás dessa aliança? Em latim chama ‘auri sacra fames’: fome de dinheiro. Só pensam em dinheiro”, completou.
Na época, a Igreja Univeral chamou o ataque de leviano e criticou o petista. “Quando o Bispo Edir Macedo apoiou o Partido dos Trabalhadores (PT) e o ex-presidente Lula, o apoio era muito bem-vindo. Agora, quando o líder espiritual da Universal declara que seu candidato é Jair Bolsonaro, o Bispo Macedo deve ser ofendido de forma leviana?”, disse a instituição, em nota.
Ainda em 2018, no mês de dezembro, Fernando Haddad foi condenado pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) a pagar quase R$ 80 mil por causa da ofensa ao líder religioso. A Justiça também determinou naquele mês que o petista deletasse o vídeo com as falas de suas contas no Facebook e Twitter.
Em novembro de 2020, após recurso apresentado pela defesa do político, o Tribunal de Justiça de São Paulo derrubou a decisão que obrigava a indenização a Edir Macedo, por entender que não houve abuso nem excesso nas declarações.
r7
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