18/12/2020

'ME CASEI COM O PADRE DA MINHA IGREJA'

'Quando o conheci não fui muito com a cara dele'    

“Passei minha infância na cidade de Águas Frias, no interior de Santa Catarina. Lá, brincava muito nas ruas com as minhas amigas. E sempre ficava pra trás nas brincadeiras e apostas de corrida, já que não tinha muita agilidade.

Odiava brincar de corrida porque só ficava por último. Na minha terra, as pessoas brincavam dizendo que, quem ficasse por último, seria a ‘mulher do padre’. E eu sempre ficava. Guarde bem essa informação. Na nossa região, no entanto, os padres eram bem feios e velhos. Então, nunca passou pela minha cabeça um dia ser mulher de um padre. Fora que sempre fui muito religiosa e sabia que isso era considerado ‘pecado’, que padres não podiam se casar, muito menos ter filhos.

Ainda muito nova, aos 18 anos, me casei na cidade de Pinhalzinho, interior catarinense, e já estava com uma filha - Maria Laura - de um ano de idade quando decidimos, em 2004, morar em Sinop, no Mato Grosso, em busca de melhores condições de vida e trabalho.

Meu marido e eu sempre fomos muito religiosos. Católicos, éramos participativos na igreja que frequentávamos. Éramos ministros da palavra e da eucaristia e, quando chegamos à cidade, fomos direto à igreja nos colocar à disposição da comunidade que se chamava ‘Menino Deus’. Ela fazia parte da paróquia São Camilo, onde o diácono era o padre Marciano. Na nossa igreja, na época, tinha um outro padre. Nunca vi o padre Marciano nesse período e, somente no final de 2014, ele foi ordenado padre de vez (antes ele era só diácono) e assumiu a paróquia São Francisco. Não sei por qual motivo, mas a comunidade ‘Menino Deus’ que eu frequentava com meu marido passou a fazer parte da paróquia São Francisco. Até então, não conhecia o novo padre.

Seguíamos sempre muito participativos na igreja e logo fomos apresentados ao novo pároco, padre Marciano, e confesso que não fui muito com a cara dele. Nem sei ao certo o motivo, só sei que o odiei de imediato sem ao menos conhecê-lo. Ele, porém, sempre muito atencioso e gentil, adorava brincar com a minha filha nos encontros e eu odiava cada dia mais tudo o que ele fazia, não sabia o porquê. Não tinha um motivo específico para isso. Pois meu ódio era tanto que cheguei até a me afastar da igreja e só participava se tivesse certeza que não seria ele quem estaria celebrando a missa.

Quando nasceu a minha segunda filha, Sofia, em 2007, advinha quem apareceu do nada na minha casa para fazer uma visita? Ele mesmo! O padre que eu estava com ranço. Me lembro que pedi ao meu esposo que fosse atendê-lo e que o despachasse logo. E eu ali de resguardo e morrendo de ódio. Não queria a presença daquele homem na minha casa. Parece que tudo que o padre fazia me irritava. Mal sabia eu a peça que o destino iria nos pregar no futuro.

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